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domingo, 28 de novembro de 2010

MORTE SÚBITA

DESFIBRILADOR
Não precisa ser um super fã de futebol para se lembrar do caso de Antonio Puerta, jogador do Sevilla, da Espanha que faleceu aos 22 anos vítima de arritmia cardíaca em campo. Nem tampouco do zagueiro Serginho, do São Caetano que desmaiou no gramado pelo mesmo motivo e não resistiu. Vale lembrar que o perigo não está só no esporte. Entre outras situações, as de estresse são muito comuns aos ataques, vide um número significativo de torcedores (mesmo que em frente à televisão) que sofreram deste mal.
A morte súbita vem atingindo milhares de brasileiros por ano e assustando as pessoas, inclusive as mais saudáveis, pois muitas vezes não apresenta sintomas. Daí a importância de ter os exames em dia para detectar uma eventual anormalidade e para que o paciente possa tomar os devidos cuidados.
As arritmias ocorrem quando a sequência dos batimentos cardíacos apresenta uma anormalidade. Ou seja, eles devem ocorrer de 60 a 100 batimentos por minuto (bpm), mas quando este número ultrapassa 100 bpm, ocorre a taquicardia. Já se eles ficam demasiado devagar, com menos de 60 bpm, ocorre a bradicardia. Outro caso de arritmia é quando as vias elétricas condutoras apresentam alguma anormalidade. A arritmia pode não apresentar sintomas, no entanto, um ataque cardíaco pode ser evitado e revertido se o paciente receber atendimento rápido.
Como surgem os problemas
A taquicardia pode ser de origem congênita (quando a pessoa já nasce com esta irregularidade na sequência dos batimentos cardíacos) ou adquirida, devido a diversos fatores. As causas mais comuns são as doenças cardíacas. Muitos medicamentos podem acarretar o problema, daí a importância de exames frequentes.
Quando confirmada a tendência de um problema cardíaco, deve existir uma atenção especial às bulas e contraindicações. Entre eles, estão os fármacos que contenham estimulantes (utilizado para problemas respiratórios e alergias, como os broncodilatadores, as populares bombinhas para asma). A taquicardia pode ser desencadeada também pela prática de exercícios físicos, tensão emocional, consumo excessivo de álcool ou tabagismo.
Para o diagnóstico, é importante ficar atento ao histórico familiar e na suspeita de alguns sintomas como palpitações, cansaço fácil, tonturas e desmaio, procurar um cardiologista para realizar alguns exames, como o ecocardiograma, que possam detectar problemas no coração que, portanto, serão pacientes com maior tendência à taquicardia.
Exames em dia
Já o exame de pulso pode detectar anormalidades na frequência dos batimentos cardíacos. Em um caso de emergência, o eletrocardiograma (ECG), pode detectar rapidamente o problema e então o tratamento adequado é agilizado, aumentando as chances de reverter a situação. Existe um aparelho portátil de ECG (método Holter) que possibilita uma análise da frequência cardíaca do paciente. Ele deve ficar 24 horas com o aparelho, para que possa ser detectada, a partir de uma representação gráfica da corrente elétrica que desencadeia os batimentos cardíacos, a existência de alguma anomalia. Além disso, o aparelho permite relacionar a arritmia aos sintomas que o paciente apresenta, uma vez que este deve preencher uma ficha com as atividades que realizar os indícios apresentados e seus horários.
No exame eletrofisiológico, são introduzidos na veia, cateteres com eletrodos minúsculos na extremidade até chegar ao coração. Isto estimula o coração ao mesmo tempo em que se torna possível a percepção de anormalidades, para que então seja detectado os tipos de arritmias e seja feito o tratamento adequado.
Evitar a morte súbita
Qualquer arritmia que altere a capacidade do coração de bombear sangue para o restante do corpo de forma adequada é grave. Quando há a perda total da função cardíaca, que ocorre no máximo em uma hora após início dos sintomas e de forma inesperada, ocorre a morte súbita cardíaca, um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, que acomete mais de 310 mil mortes por ano no Brasil e representa 50% das mortes por doenças cardíacas.
O tratamento depende do tipo de arritmia, mas no caso da taquicardia os fármacos antiarrítmicos são muito benéficos. Porém, às vezes é necessário experimentar diversos medicamentos até encontrar aquele que dê melhor resposta ao problema. Vale ressaltar que, em alguns casos, estes medicamentos podem piorar as arritmias e/ou causar outros efeitos secundários. Uma aplicação de uma descarga elétrica pode tratar a taquicardia e restabelecer o ritmo normal (cardioversão).
O aparelho que proporcionará esta descarga elétrica chama-se desfibrilador que pode ser manuseado por uma equipe de médicos especializados, bombeiros ou paramédicos. Porém, as chances de sucesso diminuem de 7 a 10% a cada minuto. Assim, se o tratamento for feito após um minuto, as chances de sobrevivência são 85%. Já se for feita seis minutos após a detecção dos sintomas, as possibilidades caem para 35%.
Da mesma forma que se implanta um marca-passo (usado com maior frequência no tratamento das arritmias mais lentas) pode-se colocar cirurgicamente um desfibrilador que irá detectar automaticamente as arritmias rápidas e emitir uma descarga para normalizar a situação. Porém, vale lembrar que este método não previne a arritmia. Existe um novo tipo de desfibrilador externo automatizado (DEA) que é capaz de detectar uma anormalidade, verificar a necessidade de uma descarga elétrica e emiti-la de forma automática e controlada. Sua utilização requer apenas capacitação em primeiros socorros, ou seja, leigos devidamente treinados podem aplicá-lo.
O ideal seria a disponibilidade destes aparelhos em todos os locais públicos e com aglomerações de pessoas.
(Fonte: Fernanda Morelli - revistavivasaude.uol.com.br)

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