MORADORES-DE-RUA |
Até o final do ano, 70 ''consultórios de rua'' estarão funcionando em todo o Brasil. No Paraná, Curitiba e Maringá já estão com os projetos em andamento. As unidades móveis são usadas para prestar atendimento à população em situação de rua. Cada cidade irá receber R$ 150 mil por ano para o projeto, financiado pelo Ministério da Saúde.
Em casos mais graves, os funcionários dos consultórios ambulantes irão facilitar o acesso aos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS).
''O trabalho é novo e sai do espaço de quatro paredes. Com isso, diminuímos a distância com a população de rua'', explica a assessora técnica da área de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, Miriam Di Giovanni. Ela participou recentemente, em Curitiba, de encontro promovido pelo Ministério Público.
Os ''consultórios de rua'' pretendem assegurar a efetividade de acesso dos moradores de rua às ações desencadeadas no contexto do Plano Integrado de Enfrentamendo ao Crack e outras Drogas; ações de saúde mental também estão incluídas no trabalho do novo projeto.
Em Curitiba, o trabalho vem sendo desenvolvido há dois meses. Nas noites de quarta-feira, o consultório vai até a Praça Osório e atende, em média, 50 pessoas. O tratamento é multidisciplinar e possibilita a construção de vínculos com a população fora dos muros das instituições públicas de saúde. Participam do projeto psiquiatras, psicólogos, auxiliares de consultório dentista, educador físico e redutor de danos.
A coordenadora do Movimento da População de Rua de Londrina, Vanessa Santos, acredita que a cidade tem demanda para um projeto como este. ''Os consultórios ambulantes poderiam suprir uma parte do problema enfrentado pelos moradores de rua. É uma pena que Londrina não irá receber'', diz. Segundo a assessora técnica do MS, Londrina não irá receber o projeto pois não fez a inscrição até a data limite, dia 10 deste mês. O pedido para que Cascavel participe do projeto está em análise.
Conforme Ana Olympia Marcondes Dornellas, diretora executiva da secretaria municipal de Saúde londrinense, o Executivo optou por priorizar a participação do município no programa das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que terão um investimento de cerca de R$ 2,6 milhões por parte do governo federal. ''Como em ambos os programas é preciso de uma contrapartida do município, optamos por não perder esta oferta'', explica.
''No entanto, já estamos realizando um estudo para inscrever o município, em 2011, no programa Consultórios de Rua''.
O representante do Movimento Nacional dos Moradores de Rua do Paraná, Leonildo José Monteiro, reconhece a importância do projeto, mas fez críticas quanto à criação do trabalho. ''Se os moradores de rua participassem da criação do projeto, os resultados poderiam ser otimizados, além de contribuir para gerar renda para alguns deles.'' (Diogo Cavazotti - colaboração de Fernanda Carreira- Folha de Londrina)
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