Pesquisar este blog

quarta-feira, 13 de julho de 2011

AINDA SOBRE O CHAMPIX - Contestação

Há alguns dias, divulgamos um estudo envolvendo o medicamento Champix e agora damos espaço a uma contestação apresentada à Rede ACT pelo médico radicado no Rio de Janeiro, Dr. Marcel Coloma.  
Dr. Marcel Coloma é o médico responsável pela PARAR FUMAR
 "Boa noite, amigos da ACT. Gostaria de me manifestar sobre o estudo que revelou que Champix aumenta o risco de infarto, logo publicado na mídia brasileira e mundial. Se possível, gostaria de saber a opinião dos demais que leem esse email, especialmente dos médicos, os quais prescrevem o produto.
Analisando o estudo, observo que é uma metanálise de estudos randomizados, não um estudo randomizado, composta por 14 estudos. O número de eventos no grupo da vareniclina foi 1,06% (52/4908) e no grupo placebo 0,82% (27/3308). Dessa forma, o risco absoluto foi de 0,24%. Exatamente, 24 pacientes a cada 10.000 tratados. Ou seja, aumento de 72%, como informa o título da reportagem, é de risco relativo e quem sabe analisar a metodologia de um estudo tem plena consciência de que o que interessa de verdade é o risco absoluto.
Além do mais, dos 14 estudos analisados, 13 estudos não mostraram diferença estatística de eventos cardiovasculares comparando o grupo da vareniclina com placebo. Apenas 1 estudo, de 2006, revelou diferença, o que puxou o resultado global da metanálise "a favor" do placebo. Nesse estudo, em 603 pacientes usando vareniclina, somente 4 tiveram eventos cardiovasculares (0,66%), enquanto nenhum paciente no grupo placebo teve evento (0%). Ou seja, foram esses 4 pacientes que ajudaram a metanálise a ter significância estatística. Além do mais, não é tão comum nenhum paciente ter um evento cardiovascular em 607 pacientes, não é o que acontece na população geral, mas isso é outro assunto.
Outra questão que o estudo revela é que nos únicos 5 estudos que reportaram desfechos específicos de infarto, AVE e morte cardiovascular não houve significância estatística comparando o grupo placebo com o grupo da vareniclina.
Portanto, meus amigos, deixo claro a todos minha posição de que muito sensacionalismo está sendo feito para pouca evidência científica. Como a própria matéria do jornal se refere a um dos autores da metanálise, "Furberg coordenou testes clínicos para o governo americano e atuou como testemunha em processos contra a Pfizer." Será não haver outras questões não relacionadas a fatores não científicos? Me causa surpresa um estudo ser publicado em uma revista médica em 4/7/11 e sair na mídia em 5/7/11. Será não haver outras organizações por trás a fim de prejudicar o tratamento ao tabagismo?
A minha opinião é que novos estudos são obrigatórios avaliando como desfecho primário se a vareniclina realmente aumenta o risco cardiovascular. Se isso for comprovado, certamente o FDA retirará do mercado e não deveremos mais prescrever. Por ora, não vejo nenhuma evidência científica para isso e eu, Marcel Coloma, continuarei a prescrever Champix como sempre prescrevi, até porque é hoje considerada a droga mais eficaz no tratamento do tabagismo de acordo com a Treating Tobacco Use and Dependence de 2008.
O risco absoluto de eventos cardiovasculares foi muito baixo e os benefícios da cessação do tabagismo, inclusive cardiovasculares, são enormes, superando até então os riscos.
Estou à disposição para receber comentários e críticas e gostaria muito de ler a opinião de colegas nesse assunto.
Grande abraço a todos."
(Fonte: Rede ACT, em 06 jul 2011.)  
CONTATO:  http://pararfumar.com.br/

Um comentário:

  1. que idiotice......

    FUMAR NÃO TRAZ RISCO DE INFARTO ?????

    EU PAREI COM A AJUDA DE CHAMPIX E ESTOU 100 VEZES MELHOR QUE QUANDO FUMAVA.

    TEM QUE ESCUTAR CADA IDIOTICE !!!!!

    ResponderExcluir