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quinta-feira, 14 de julho de 2011

TRATAMENTOS DE HIPERTENSÃO PULMONAR

Falta de ar é um dos sintomas da Hipertensão Pulmonar
 O acompanhamento de 12 pacientes com Hipertensão Pulmonar ocasionada por esquisitossomose (HP-Sch), por nove anos (2001 a 2010), permitiu ao médico Caio Fernandes constatar que os medicamentos fornecidos pelo Estado para o tratamento de Hipertensão Pulmonar Idiopática (HPA) também são eficazes para pessoas com HP-Sch. 
Os pacientes envolvidos na pesquisa estavam sob tratamento  no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Mas, por questões burocráticas, o Estado não fornece os medicamentos para tratar a HP-Sch aos doentes de HPA.
Na primeira fase do estudo, utilizada para determinar a necessidade de uso ou não do tratamento pelo doente, foram realizados alguns exames: cateterismo, teste de caminhada e classe funcional. O cateterismo, segundo o médico, “serve para diagnosticar hipertensão pulmonar e identificar a sua gravidade. O que me diz que é hipertensão pulmonar associada à esquistossomose é o contato do paciente com o verme, seja pela história clínica ou por outros exames, como o ultrassom de abdome que identifica a presença do esquistossoma no fígado.”
Já o teste de caminhada, que dura 6 minutos, determina a capacidade cardíaca e respiratória do paciente, além da medida do trajeto percorrido pelo mesmo. Enquanto a determinação da classe funcional que segue recomendações internacionais da Sociedade Europeia e Respiratória e da Sociedade Torácica Americana ocorre por meio de entrevista pessoal e serve para verificar quanto a falta de ar afeta a qualidade de vida do doente. “Nos casos mais drásticos, a falta de ar ocorre mesmo com o paciente em repouso.” diz Fernandes
Resultados
Após 38 meses de análises, a constatação foi de que há considerável melhora dos quadros clínicos. “Não é possível especificar qual o tempo de sobrevida ganho, mas com certeza o paciente vive melhor e consegue fazer esforços maiores ”, diz Fernandes. Um exemplo disto é a comparação dos resultados obtidos antes e depois deste período de tratamento. No teste de caminhada, a distância média  passou de 440 metros (m), para 490 m. E casos considerados graves ou nada moderados, na classe funcional, passaram a ser considerados como normais ou moderados.
Um caso emblemático dentre as pacientes tratadas foi o de Cláudia, 40 anos, de Vitória (ES). Ela teve esquistossomose na infância, tratou e está curada. Após 15 anos, começou a ter falta de ar e desmaios aos pequenos esforços. Ela apresentou no cateterismo cardíaco hipertensão pulmonar e no ultrassom de abdome a presença de lesões cicatriciais da infecção prévia pela esquistossomose”. Houve uma espera de três anos até a obtenção dos remédios para o tratamento. Houve  melhora do quadro clínico. Após um período igual, de três anos, houve uma piora que levou a um segundo remédio e novamente os resultados foram positivos, melhorando sua vida radicalmente.
O médico esclarece que “não dá para garantir que o resultado seja de uma melhora total da qualidade de vida e nem que todos os pacientes respondam da mesma forma ao tratamento, mas há como verificar pelo menos a estagnação do quadro clínico em níveis aceitáveis.
(Fonte: Sandra O. Monteiro - http://www.usp.br/agen/?p=64781)

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