Apesar de o diabetes ser o excesso de glicemia no sangue, os pacientes medicados aprendem a conviver também com sua queda. A hipoglicemia é sentida quando a glicose sanguínea está abaixo de 70 mg/dl ou quando cai muito rapidamente, mesmo que não chegue a valores tão baixos. É possível ainda que o corpo acostumado com glicemia alta (como no início do tratamento) considere níveis normais como baixos. Por isso é essencial medir a glicemia, mesmo que reconheça os sintomas.
Além disso, um estudo europeu mostrou que 49% dos diabéticos entrevistados citaram sede e 26%, aumento da frequência urinária como sintomas de hipoglicemia, mas esses sintomas são de nível elevado de açúcar no sangue.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), os sinais mais comuns de hipoglicemia são: fome súbita, fadiga, tremores, tontura, taquicardia, suores, pele fria, pálida e úmida, visão turva ou dupla, dor de cabeça, dormência nos lábios e língua, irritabilidade, desorientação, mudança de comportamento, convulsões e perda da consciência.
A hipoglicemia em diabéticos é um efeito colateral das medicações, portanto não ocorre em diabéticos tipo 2, em estágio inicial, que se tratam com dieta e exercício.
A hipoglicemia pode ser causada por vários motivos, entre eles excesso de exercícios físicos sem se alimentar corretamente, falta de uma refeição regular ou fora do horário, pouca quantidade de alimentos, vômitos ou diarreia, administração de alta dose de remédios ou insulina e consumo de bebidas alcoólicas, de acordo com a Associação Nacional de Assistência ao Diabético - Anad.
O efeito de cada um desses elementos na glicemia varia de pessoa para pessoa e a única forma de prever a hipoglicemia é conhecendo o próprio metabolismo, como, por exemplo, sabendo a quantidade de alimento necessária para uma corrida de 30 minutos, ou, se a dose de insulina ou medicamento deve ser diminuída no dia que esta corrida é feita etc. Isto pode ser discutido pelo médico e testado até encontrar um equilíbrio.
Dr. Saulo Cavalcanti, presidente da SBD, explica que “o grande desafio para os médicos é fazer com que o remédio possa reduzir a glicose no sangue sem gerar hipoglicemia. Houve avanço significativo nesse quesito com o surgimento de uma nova classe de medicamentos e a descoberta da sitagliptina, cujos estudos demonstram eficácia no controle da glicose sem os inconvenientes da hipoglicemia e ganho de peso comum a outros tratamentos ”.
Como o diabético tipo 1 depende sempre da injeção de insulina, o seu tratamento pode sempre causar hipoglicemia, esses novos medicamentos são eficientes apenas para diabéticos do tipo 2, que são 90% dos casos de diabetes, segundo Cavalcanti.
Fontes: International Diabetes Federation (IDF), Denise Reis Franco (endocrinologista diretora da Associação de Diabetes Juvenil - ADJ), Maristela Bassi (nutricionista da ADJ), Saulo Cavalcanti (endocrinologista presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes - SBD), João Eduardo Nunes Salles (endocrinologista e professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo), American Diabetes Association, Associação Nacional de Assistência ao Diabético (Anad)
(Fonte: Ceres Prado - UOL Ciência e Saúde - http://www.portaldiabetes.com.br /conteudocompleto.asp?idconteudo=10001799
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