Normalmente usado para evitar uma gravidez indesejada, o anel vaginal poderá, no futuro, ser uma proteção contra doenças sexualmente transmissíveis (como Aids).
Em estudo recente, um grupo de pesquisadores desenvolveu e testou uma versão do produto que libera uma droga anti-HIV. Os experimentos foram realizados em fêmeas (naturalmente) do macaco-rhesus e os resultados foram animadores.
Os animais usaram anéis que continham um placebo ou uma droga chamada MIV-150 e foram expostos ao vírus SHIV (um “híbrido” de HIV e SIV capaz de infectar macacos). Entre as 17 cobaias que usaram o anel contendo MIV-150, apenas 2 foram infectadas; já entre as que receberam o anel com placebo, 11 das 16 foram infectadas.
De acordo com os pesquisadores, o anel protegeu contra o vírus independentemente de ser inserido um dia ou duas semanas antes da exposição. Contudo, eles ressaltaram que era fundamental que o produto estivesse posicionado corretamente. Das 7 cobaias que tiveram o anel removido pouco após serem expostas, 4 foram infectadas. Futuramente, os pesquisadores pretendem testar anéis com outros antivirais, capazes de oferecer proteção contra vírus além do HIV (o da herpes, por exemplo).
Um leque de opções
Existem outras formas eficazes de se proteger contra doenças sexualmente transmissíveis, como comprimidos de antivirais ou géis microbicidas. O problema dos comprimidos é que devem ser tomados diariamente (há o risco de esquecimento) e o gel deve ser usado sempre antes de uma relação. Uma das propostas do estudo é permitir o desenvolvimento de um anel que pudesse ser usado e “esquecido lá” por pelo menos três meses, sugere o pesquisador Tom Zydowsky.
“A ideia é dar opções às pessoas”, diz Zidowsky, cientista sênior da Population Council (“Conselho Populacional”), uma organização sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos e dedicada a pesquisas sobre HIV/Aids e saúde reprodutiva.
Outra vantagem do anel vaginal é que, ao contrário da camisinha (que também é um método bastante efetivo na prevenção de DST), faria com que a mulher tivesse mais controle sobre a situação, já que não é tão incomum o homem “se recusar” a usar preservativo.
Apesar dos bons resultados, Zidowsky e seus colegas lembram que o estudo foi realizado com animais e, portanto, ainda não se sabe qual seria o grau de eficácia do produto em humanos. A equipe pretende testá-lo em mulheres daqui a cerca de dois anos.[Live Science]
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