A automutilação é definida como qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio. As formas mais freqüentes de automutilação são cortar a própria pele, bater em si mesmo e queimar-se.
2. Por quais razões a Automutilação se desenvolve?
Embora as causas da automutilação ainda não estejam bem definidas, há evidencias de que fatores neurobiológicos e fatores psicossociais, como características de personalidade mais impulsiva e compulsiva, bem como a história de vida e o ambiente colaboram para o surgimento da automutilação. Os pacientes descrevem o início da automutilação após vivência de forte emoção, como raiva, utilizando este comportamento como forma de lidar com a emoção, um comportamento com características impulsivas. Com o decorrer do tempo, o paciente observa que obtém alivio de sensações ruins e passa a repetir a automutilação com o objetivo de obter alívio novamente. Começa a planejar e, muitas vezes, ritualizar a realização do ferimento. Estes comportamentos podem ser desencadeados por uma vivência traumática ou apenas pela lembrança desta.
Alguns dos fatores de risco relacionados a automutilação são: abuso emocional, físico ou sexual na infância; conflitos familiares; abuso de álcool e tabaco ou outras substâncias; adolescente vítima de “bulling”; presença de sintomas depressivos, ansiosos, impulsividade e baixa auto-estima.
3. Como sei identificar se alguém está com esse problema?
As pessoas que apresentam automutilação sentem vergonha e medo de revelar este comportamento, por isso procuram esconder as lesões e as fazem solitariamente onde não podem ser observadas. Elas reconhecem que este comportamento não é bem aceito pelas pessoas.
Desta forma, você poderá desconfiar que alguém apresenta automutilação quando essa pessoa:
a) Costuma usar roupas de mangas longas, mesmo no verão, com altas temperaturas;
b) Apresentam várias cicatrizes ou lesões repetidas e tem dificuldade para explicá-las;
c) Isola-se evitando situações onde seu corpo pode ser exposto, como praia ou piscina;
Vale lembrar que estas pessoas podem apresentar sintomas depressivos e de fobia social associados.
4. A Automutilação tem tratamento?
Sim, a associação psicoterapia e medicação tem se mostrado eficaz nos casos de automutilação. A psicoterapia, nestes casos, tem como um dos objetivos ajudar o paciente a identificar outras formas de lidar com frustrações, que sejam mais eficazes do que seu comportamento. Ainda não há medicação específica indicada para que o paciente pare de se mutilar, entretanto, a medicação pode ser indicada para alívio dos sintomas depressivos e ansiosos que podem colaborar para a manutenção do comportamento. Há também medicações que são usadas para diminuir a impulsividade e que ajudam o paciente a resistir a vontade de se machucar, caso esta apareça.
5. A quem devo buscar para pedir ajuda/auxílio?
Buscar profissionais da área de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras. Seria mais indicado profissional com experiência no tratamento de pacientes com automutilação, pois estes pacientes apresentam algumas peculiaridades. Caso estes profissionais não estejam disponíveis, uma vez que são raros os profissionais com experiência em automutilação, seria indicado profissionais com experiência em transtornos do impulso.
FONTE: 08 DE AGOSTO DE 2011 - ACESSADO EM 04 SET 2012 http://www.oqueeutenho.com.br/2474/5-coisas-que-voce-deve-saber-sobre-automutilacao.html#axzz25T2qBNsM
Jackeline Suzie Giusti, psiquiatra; Mestre em Psiquiatria pelo Departamento e Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq – HCFMUSP); Psiquiatra responsável pelo atendimento dos pacientes com Automutilação no Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso. E-mail: jsgiusti@terra.com.br / Consultório: (11) 3085-9832 ou 3891-1504
Para tratamento gratuito da Automutilação: Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso do IPq- HCFMUSP pelo tel: 11 3069-7805 e para mais informações pode-se acessar o site: www.amiti.com.br
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