O glaucoma é uma doença
ocular que afeta o nervo óptico, a estrutura dos olhos que leva as informações
do que enxergamos para a área do cérebro que vai interpretar a visão.
Pela forma como age, pode ser definido como um ‘ladrão furtivo’: vai roubando
a visão da pessoa sem que ela perceba. Quando os sintomas aparecem, o glaucoma
já produziu danos significativos, com perdas de visão irreversíveis. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), o glaucoma está entre as principais causas
de cegueira. No Brasil, estima-se que um milhão de pessoas tenha a doença.
Na grande maioria dos casos, o glaucoma está relacionado com o aumento da
pressão intraocular, embora haja portadores da doença que têm essa pressão
normal. Segundo a Dra. Erika Sayuri Yasaki, oftalmologista do Einstein, há
dezenas de tipos de glaucoma, mas em linhas gerais eles podem ser classificados
em primário e secundário. “O primário é mais comum acima dos 40 anos e
normalmente é hereditário. O secundário pode ser resultado de outra doença
ocular, alteração vascular ou processo inflamatório, entre outros”, explica a
médica.
Não há cura para o glaucoma. Mas identificar o problema logo no começo faz
toda a diferença. Nessa etapa, o tratamento é geralmente feito com colírios que
atuam baixando a pressão ocular, permitindo interromper ou desacelerar o
processo de dano do nervo óptico e perda de visão. Mas como na fase inicial o
glaucoma não apresenta sintomas, o diagnóstico precoce depende, sobretudo, de
check-ups anuais com o oftalmologista, particularmente para quem tem mais de 40
anos, antecedentes na família ou outras doenças oculares. “Quanto mais cedo for
identificada a patologia, menor o risco de sequelas”, enfatiza a Dra. Erika.
“O problema para o indivíduo é que os sinais só aparecem quando a doença já
avançou. Então a pessoa começa a enxergar menos ou a perceber os danos no campo
de visão. Isso acontece porque o glaucoma afeta a quantidade de visão e o campo
visual. Com o avanço da doença, porém, o campo visual vai ficando cada vez mais
limitado.
Diagnóstico
De forma geral, o diagnóstico é feito durante a consulta oftalmológica, com
exames e uso de equipamentos para medir a visão e a pressão intraocular, avaliar
as características do nervo óptico e defeitos no campo visual. “A grande maioria
dos casos é diagnosticada com a realização desses exames, mas há alguns quadros
em que apenas o acompanhamento definirá se o paciente tem ou não glaucoma”, diz
a especialista.
Um aliado tecnológico mais recente é a tomografia de coerência óptica (OCT),
que permite medir a camada de fibras nervosas (cuja perda se acelera no
glaucoma) e as células ganglionares. Trata-se de um recurso que pode ser
importante nos casos de acompanhamento da doença.
O tratamento mais frequente são os colírios hipotensores, que têm sido
bastante aprimorados e atuam de maneira eficiente para baixar a pressão
intraocular. Mas alguns casos exigem abordagem cirúrgica. Feitos com microscópio
e microinstrumentos, esses procedimentos são chamados cirurgias filtrantes. É
que, no glaucoma, ou o líquido natural dos olhos (humor aquoso) está sendo
produzido em excesso ou a via de drenagem está deficiente. O objetivo da
cirurgia é criar uma fístula, um caminho para o líquido escoar. No glaucoma de
ângulo fechado é feito tratamento a laser.
De acordo com a Dra. Erika, em termos de tratamento não cirúrgico há caminhos
novos sendo trilhados, como a busca de drogas neuroprotetoras, já que estudos
recentes sugerem que o glaucoma pode ser uma doença neurológica ou
neurodegenerativa.
Ela provoca a morte de células ganglionares, que coletam informações visuais
de outras células da retina, passam essas informações para suas extensões, os
axônios, e destes ao nervo óptico e à área do cérebro que interpreta a visão.
Esta, por sua vez, apresenta alterações em pacientes com glaucoma. “Drogas
neuroprotetoras poderiam evitar a morte dessas células e promover um processo de
regeneração”, diz a oftalmologista do Einstein.
É nessa linha também que se desenvolvem estudos com o uso de células-tronco.
No entanto, são pesquisas ainda incipientes, em fase experimental em
animais.
De qualquer forma, todas essas são perspectivas positivas para o futuro. Mas,
mesmo que se tornem realidade, ainda assim sempre é mais interessante a
prevenção com consultas ao oftalmologista que poderá descobrir se o ‘ladrão’
glaucoma já está, furtivamente, começando a roubar a visão do paciente.
FONTE: Publicado n Revista Veja em 30/08/2012 - http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-einstein/Paginas/glaucoma-sintomas-sutis-riscos-reais.aspx
Glaucoma is serious eye condition in which people have to do surgery in short time otherwise they can loss their eye.
ResponderExcluirwhat is glaucoma ?