Um estudo feito pela Academia Americana de Pediatria revelou que camas elásticas não são seguras, especialmente para crianças com menos de seis anos. Os profissionais de saúde desencorajam fortemente o uso desse “brinquedo”.
Segundo levantamentos feitos pelo estudo, cerca de 98.000 pessoas se feriram em camas elásticas em 2009. 3.100 delas tiveram que ser hospitalizadas – uma taxa de lesão de cerca de 32 ferimentos a cada 100.000 pessoas.
As lesões mais comuns foram entorses, distensões, contusões, fraturas e lesões de tecidos moles. Embora menos comuns, ferimentos na cabeça e no pescoço foram os mais graves, responsáveis por mais de 10% de todas as lesões relacionadas à cama elástica.
Os maiores riscos
O estudo identificou que as pessoas em maior risco de lesão são as crianças, especificamente as com menos de seis anos, que representam mais de um terço de todos os acidentes. Fraturas e luxações são particularmente comuns (48%) nesta idade, em que os ossos ainda são frágeis.
O risco de lesão também é bem maior quando mais de uma pessoa está no brinquedo. 75% das lesões ocorrem quando mais de uma pessoa está na cama elástica.
As lesões mais devastadoras geralmente acontecem quando as crianças estão tentando dar cambalhotas ou “mortais” e caem em seus pescoços ou coluna.
Confira algumas regras de segurança que os pais podem impor para proteger seus filhos quando eles estão em uma cama elástica:
Pedir que eles usem o brinquedo sozinhos;
Proibi-los de realizar manobras bruscas;
Usar almofadas de segurança que suavizam quedas;
Supervisioná-los ou pedir que outro adulto responsável o faça;
Remover escadas do brinquedo para que crianças pequenas não possam subir nele sem querer.
O uso crescente de redes de segurança também pode diminuir lesões, porém, os especialistas advertem que as redes têm uma garantia de cerca de três anos, enquanto as camas elásticas duram em média sete anos, e os proprietários dos brinquedos não são sempre responsáveis o suficiente para substituir os materiais.
Cama elástica não é brinquedo
O último relatório da Academia Americana de Pediatria foi o primeiro a diferenciar entre as camas elásticas para lazer e as utilizadas em esportes competitivos.
Estas, usadas por atletas que treinam em trampolins para ginástica, mergulho, esqui, etc., fazem parte de um programa estruturado de treinamento que usa medidas apropriadas de segurança como cintos ou arreios.
Já as camas elásticas modernas entraram no “reino popular” depois que um ginasta competitivo, George Nissen, patenteou o dispositivo em 1945. Desde então, grupos pediátricos e ortopédicos já emitiram seis declarações desencorajando o seu uso recreativo.
“Não é um brinquedo”, disse Susannah Briskin, uma das principais autoras do novo estudo e professora de pediatria na divisão de medicina esportiva no Hospital Infantil de Cleveland (EUA).
Até agora, somente especialistas em segurança e saúde australianos não apoiaram a posição americana contra camas elásticas. “Quando utilizadas de forma responsável, é uma atividade maravilhosa”, opinou Kate Fraser, da Kidsafe NSW. “Nós apoiamos o uso de camas elásticas porque elas são uma maneira muito divertida de desenvolver habilidades essenciais como força no tronco e aptidão física. E numa época em que todos nós estamos preocupados com a obesidade infantil, uma atividade física tão divertida é altamente recomendada”, disse.[NYTimes, MSN, DailyTelegraph]
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