A importância da vitamina D
Ana Maria Arguello Carnevale *
O consumo de suplementos de vitamina D e a deficiência desse
nutriente na população tem crescido em todo o mundo. Qual a razão de tanto
interesse? Talvez se deva a estudos recentes e pouco
conclusivos dos benefícios da vitamina em algumas doenças, inclusive na perda da
barriga.
Apesar do nome “vitamina”, a vitamina D é considerada um
hormônio esteróide. Ela pode ser encontrada sob 2 formas: ergocalciferol
(vitamina D2), de origem vegetal, e colecalciferol (vitamina D3), produzida na
pele.
Depois de produzida, ela é metabolizada no fígado e rins e
passa a funcionar em sua forma ativa: a 1-25(OH)2 vitamina D ou calcitriol. Sua
principal função é manter os níveis de cálcio no nosso organismo normais. Para
isso, ela tem ação no sistema digestivo aumentando a absorção intestinal de
cálcio e nos ossos aumentando a reabsorção de cálcio. Sua ação é estimulada,
principalmente, pelo paratormônio (PTH), produzido pelas glândulas paratireóides
(4 glândulas localizadas ao redor da tireóide).
PRINCIPAIS FONTES
A principal fonte é a pele (através do sol) e não a dieta! Se
não houver exposição solar, a vitamina D não será produzida e a quantidade que
ingerimos na alimentação não basta. Quinze minutos de exposição solar ao dia são
suficientes para as necessidades diárias. Os principais alimentos que contém a
vitamina D são: sardinha e atum em lata, salmão e óleo de fígado de bacalhau.
Ovo e leite têm pequena quantidade.
NECESSIDADES DIÁRIAS E
INSUFICIÊNCIA/DEFICIÊNCIA
As necessidades diárias variam entre 400UI-2000UI, dependendo
da idade. Consideramos insuficiente quando os valores de vitamina D encontram-se
abaixo de 30ng/mL e deficiente quando estão abaixo de 15ng/mL.
Como a principal fonte é a pele, qualquer fator que acarrete a
diminuição de síntese pela pele pode levar a insuficiência, como a idade
avançada (envelhecimento cutâneo), cor da pele mais escura, uso de roupas
compridas e uso constante de filtro solar.
GRUPOS DE MAIOR RISCO
- Idosos
- Pessoas com baixa exposição solar
- Pele escura
- Usuários de anticonvulsivantes (aumentam a degradação da vitamina D no fígado)
- Doentes crônicos (baixa exposição solar)
- Pacientes com má absorção intestinal (cirurgia bariátrica)
QUADRO CLÍNICO- Pessoas com baixa exposição solar
- Pele escura
- Usuários de anticonvulsivantes (aumentam a degradação da vitamina D no fígado)
- Doentes crônicos (baixa exposição solar)
- Pacientes com má absorção intestinal (cirurgia bariátrica)
As principais consequências da falta de vitamina D estão
relacionadas a doenças ósseas: os pacientes apresentam um aumento da
desmineralização óssea com conseqüente osteopenia, osteoporose ou osteomalácea
(nos casos de deficiências mais graves). Sabe-se que o risco de fratura em
pacientes com osteoporose e deficiência da vitamina D aumenta consideravelmente.
Aproximadamente 50% dos pacientes em tratamento de osteoporose e 90% dos
pacientes internados por fratura osteoporótica têm deficiência da vitamina.
Além dos problemas ósseos, a insuficiência da vitamina D tem
sido associada a outros problemas: dores musculares, câncer (próstata, mama,
cólon), diabetes, doenças autoimunes (artrite reumatóide, diabetes, esclerose
múltipla), hipertensão arterial, aterosclerose, doenças coronarianas, Alzheimer,
tensão pré-menstrual, fibromialgia e aumento da suscetibilidade à infecções,
como o tuberculose.
REPOSIÇÃO
A reposição é feita com colecalciferol (D3), que é a melhor
opção, ou com ergocalciferol (D2). São encontradas em versões industrializadas
ou podem ser também manipuladas (dependendo da dosagem). A dose dependerá do
grau de insuficiência e do quadro clínico. O risco de intoxicação por vitamina D
é muito pequeno.
Não existe fundamento no uso de vitamina D para perda de
barriga e emagrecimento como já foi divulgado na mídia!
*Ana Maria Arguello Carnevale – CRM 94.453 – é membro titular das
Sociedades Brasileiras de Endocrinologia e Metabologia e de Diabetes. Foto: sxc.hu
FONTE: Postado em http://www.carnevale.com.br/a-importancia-da-vitamina-d/#more-775
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