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terça-feira, 18 de setembro de 2012

VITAMINA D: IMPORTANTE HORMÔNIO


A importância da vitamina D

Ana Maria Arguello Carnevale *
O consumo de suplementos de vitamina D e a deficiência desse nutriente na população tem crescido em todo o mundo. Qual a razão de tanto interesse? Talvez se deva a estudos recentes e pouco conclusivos dos benefícios da vitamina em algumas doenças, inclusive na perda da barriga.
Apesar do nome “vitamina”, a vitamina D é considerada um hormônio esteróide. Ela pode ser encontrada sob 2 formas: ergocalciferol (vitamina D2), de origem vegetal, e colecalciferol (vitamina D3), produzida na pele.
Depois de produzida, ela é metabolizada no fígado e rins e passa a funcionar em sua forma ativa: a 1-25(OH)2 vitamina D ou calcitriol. Sua principal função é manter os níveis de cálcio no nosso organismo normais. Para isso, ela tem ação no sistema digestivo aumentando a absorção intestinal de cálcio e nos ossos aumentando a reabsorção de cálcio. Sua ação é estimulada, principalmente, pelo paratormônio (PTH), produzido pelas glândulas paratireóides (4 glândulas localizadas ao redor da tireóide).
PRINCIPAIS FONTES
A principal fonte é a pele (através do sol) e não a dieta! Se não houver exposição solar, a vitamina D não será produzida e a quantidade que ingerimos na alimentação não basta. Quinze minutos de exposição solar ao dia são suficientes para as necessidades diárias. Os principais alimentos que contém a vitamina D são: sardinha e atum em lata,  salmão e óleo de fígado de bacalhau. Ovo e leite têm pequena quantidade.
NECESSIDADES DIÁRIAS E INSUFICIÊNCIA/DEFICIÊNCIA
As necessidades diárias variam entre 400UI-2000UI, dependendo da idade. Consideramos insuficiente quando os valores de vitamina D encontram-se abaixo de 30ng/mL e deficiente quando estão abaixo de 15ng/mL.
Como a principal fonte é a pele, qualquer fator que acarrete a diminuição de síntese pela pele pode levar a insuficiência,  como a idade avançada (envelhecimento cutâneo), cor da pele mais escura, uso de roupas compridas e uso constante de filtro solar.
GRUPOS DE MAIOR RISCO
- Idosos
- Pessoas com baixa exposição solar
- Pele escura
- Usuários de anticonvulsivantes (aumentam a degradação da vitamina D no fígado)
- Doentes crônicos (baixa exposição solar)
- Pacientes com má absorção intestinal (cirurgia bariátrica)
QUADRO CLÍNICO
As principais consequências da falta de vitamina D estão relacionadas a doenças ósseas: os pacientes apresentam um aumento da desmineralização óssea com conseqüente osteopenia, osteoporose ou osteomalácea (nos casos de deficiências mais graves). Sabe-se que o risco de fratura em pacientes com osteoporose e deficiência da vitamina D aumenta consideravelmente. Aproximadamente 50% dos pacientes em tratamento de osteoporose  e  90% dos pacientes internados por fratura osteoporótica têm deficiência da vitamina.
Além dos problemas ósseos, a insuficiência da vitamina D tem sido associada a outros problemas: dores musculares, câncer (próstata, mama, cólon), diabetes, doenças autoimunes (artrite reumatóide, diabetes, esclerose múltipla), hipertensão arterial, aterosclerose, doenças coronarianas, Alzheimer, tensão pré-menstrual, fibromialgia e aumento da suscetibilidade à infecções, como o tuberculose.
REPOSIÇÃO
A reposição é feita com colecalciferol (D3), que é a melhor opção, ou com ergocalciferol (D2). São encontradas em versões industrializadas ou podem ser também manipuladas (dependendo da dosagem). A dose dependerá do grau de insuficiência e do quadro clínico. O risco de intoxicação por vitamina D é muito pequeno.
Não existe fundamento no uso de vitamina D para perda de barriga e emagrecimento como já foi divulgado na mídia!
*Ana Maria Arguello Carnevale – CRM 94.453 – é membro titular das Sociedades Brasileiras de Endocrinologia e Metabologia e de Diabetes. 
Foto: sxc.hu
FONTE: Postado em  - http://www.carnevale.com.br/a-importancia-da-vitamina-d/#more-775

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