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sábado, 1 de setembro de 2012

ESFOLIAÇÃO DA PELE

A descoberta de como os cremes de esfoliação da pele funcionam poderá levar a novos tratamentos para a dor.[Imagem: UCDavis]

Os alfa-hidroxiácidos (AHAs) são um grupo de ácidos tipicamente derivados de fontes naturais, como cana-de-açúcar, leite azedo, maçãs e cítricos.
Eles vêm sendo utilizados há décadas pela indústria de cosméticos, graças à sua capacidade esfoliar a pele, expondo uma camada mais fresca de tecido, melhorando a aparência.
Apesar desses resultados empíricos, os cientistas até agora não sabiam como essas substâncias agem na pele para produzir esse efeito visualmente rejuvenescedor.
Poder de concentração de hidrogênio
Agora, uma equipe de cientistas dos EUA e da China descobriu o mecanismo de ação dos alfa-hidroxiácidos.
Graças a isso, será possível manipular esses compostos com mais precisão, criando cremes para tratamento da pele e redução das rugas que sejam mais eficientes.
A equipe descobriu que o ácido glicólico - o tipo mais comum de alfa-hidroxiácido - entra nas células superficiais da pele, chamadas queratinócitos, liberando prótons (núcleos de hidrogênio).
Isso torna o ambiente da célula mais ácido, baixando seu pH - pH é uma sigla que significa poder de concentração de hidrogênio.
Canal iônico
O pH mais baixo da célula ativa fortemente um canal iônico chamado TRPV3 - uma passagem seletiva na membrana da célula -, que se abre, permitindo a entrada de íons de cálcio.
O canal iônico TRPV3 (receptor com potencial transitório vaniloide 3) é conhecido por seu importante papel na fisiologia normal da pele, e na sensibilidade à temperatura.
O problema é que, ao abrir-se, em busca de íons de cálcio, o canal deixa passar também mais prótons, realimentando o processo.
O resultado é a morte da célula, e a consequente esfoliação da pele.
"Nossos experimentos são os primeiros a demonstrar que o canal iônico TRPV3 é possivelmente o alvo para produtos para a pele mais eficazes," disse o Dr. Jie Zheng, da Universidade da Califórnia, em Davis.
Controle da dor
Mas podem haver outros benefícios.
Além das células da pele, o TRPV3 também é encontrado em células de diversas áreas do sistema nervoso.
Ele funciona como uma espécie de sensor, sendo sensível à temperatura e à acidez.
Assim, os pesquisadores especulam que esse canal poderá ter uma grande variedade de funções fisiológicas importantes, incluindo o controle da dor.

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