Decisões políticas-esportivas para os Jogos Rio 2016
Velódromo – Custou 14 milhões para o Pan 2007. Será
demolido. O novo custará R$ 134 milhões. Dinheiro público. Ninguém questionou
que o primeiro seria imprestável para eventos internacionais? Quem aprovou a
obra? Qual é o nome do irresponsável da época que deu o “ok”?
Estádio do Remo da Lagoa – Berço do remo no Rio de Janeiro,
o estádio passou do Estado para o Município. Sem concorrência foi entregue a
Glenn Entretenimento. O que era público tornou-se privado e a Glenn demoliu o
que era “patrimônio histórico”, construiu comércio de lazer e já manda naquele
valorizado espaço. Quanto vai pagar pelo espaço? A quem? A partir de quando? E
o Ministério Público não age em defesa do patrimônio de uso “público” e de área
“pública” que se tornou individualizada para o lucro privado?
Autódromo Nelson Piquet – Fechou as portas ontem. Vai virar
Parque Olímpico. Durante dois anos as provas do calendário carioca de
automobilismo serão em…. Belo Horizonte! A demolição do autódromo, em
Jacarepaguá, já começou, mas a Prefeitura carioca ainda não apresentou o projeto
da nova pista, em Deodoro. Vai demolindo aí que depois a gente constroi ali
…
Campo de Golfe – Um parque ambiental na Barra da Tijuca
será transformado em APA (Área de Proteção Ambiental) para facilitar o
surgimento de construções de até 22 andares. Olimpíada ambiental é por aí… E o
Itanhangá, que está entre os 100 campos do mundo, segundo a revista Golf Digest,
não serve para Olimpíada? Quem vai administrar a nova área depois da Olimpíada?
A Glenn? Outra Glenn? Pagando quanto a quem?
Parque Aquático Maria Lenk – Está na página do COB:
“Considerado um dos parques aquáticos mais bonitos e modernos do mundo, o
Parque Aquático Maria Lenk foi construído de acordo com as normas da Federação
Internacional de Natação (FINA). O espaço conta com infraestrutura e tecnologia
de ponta para sediar competições de nível internacional.” . Mentira! O
parque não tem parâmetros olímpicos. Esqueçam os R$ 90 milhões ali investidos e
construam outro! Mais uma irresponsabilidade combinada.
Repetindo: uma coisa são os Jogos; outra os negócios.
É o legado da construção com muito dinheiro público na jogada. O lucro fica
mais fácil.
Depois, o TCU que se vire para explicar o rombo orçamentário.
Mas será tarde e muita gente estará rindo, com o “legado” saindo pelo
bolso.
FONTE: Texto de José Cruz - http://josecruz.blogosfera.uol.com.br/2012/11/megaeventos-esportivos-o-legado-da-construcao-e-do-lucro-facil/
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