Milhões de diabéticos no mundo todo podem um dia dar adeus às múltiplas injeções diárias de insulina para tomar um remédio apenas uma vez ao ano.
Isso pode ser possível graças a descoberta de pesquisadores da Universidade Harvard (EUA) de um hormônio que pode aumentar o número de células saudáveis de insulina em até 30 vezes, o que dramaticamente melhora o tratamento de diabetes tipo 2.
A doença
A diabetes tipo 2, muitas vezes desencadeada por ganho de peso, está se tornando mais comum no mundo por conta da epidemia de obesidade.
No Brasil, de acordo com o Vigitel 2007 (Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis), a ocorrência média de diabetes na população adulta (acima de 18 anos) é de 5,2%, o que representa 6.399.187 de pessoas. A prevalência aumenta com a idade: a doença atinge 18,6% da população com 65 anos ou mais.
Em pacientes com a condição, as células do pâncreas não produzem insulina suficiente, um hormônio vital para a conversão de açúcar em energia. A insulina que elas de fato conseguem fabricar não funciona corretamente.
Inicialmente, a doença é geralmente controlada com uma dieta e regime de exercício rigorosos. Mas muitos pacientes sofrem um agravamento da saúde ao longo do tempo, necessitando, eventualmente, de comprimidos ou injeções de insulina.
Complicações vindas do açúcar elevado no sangue incluem doença cardíaca, cegueira e danos nos nervos e circulatório.
A pesquisa
Os cientistas de Harvard acreditam que o hormônio betatrofina possa deter a diabetes tipo 2 em seu desenvolvimento.
“Ele poderia eventualmente significar que, em vez de tomar injeções de insulina três vezes ao dia, o paciente tome esse hormônio uma vez por semana ou uma vez por mês, ou na melhor das hipóteses, talvez uma vez por ano”, disseram.
Buscando uma alternativa para simplesmente dar insulina, os pesquisadores procuraram uma maneira de aumentar a sua produção no organismo, até chegarem no hormônio que batizaram de betatrofina.
Em seguida, eles deram o hormônio a ratos, que aumentaram o número de células produtoras de insulina beta em até 30 vezes.
Além disso, o enorme número de novas células só produziu insulina quando necessário, o que os cientistas creem que deve levar a níveis de açúcar mais naturais no sangue, bem como melhor saúde.
“Isso vai retardar, se não impedir, a progressão da diabetes”, informou o pesquisador Doug Melton.
Empresas farmacêuticas já se interessaram pela descoberta e o hormônio poderia ser testado em pessoas em apenas três anos. No entanto, a necessidade de mostrar que seria seguro e eficaz em um grande número de pacientes significa que um remédio comercial ainda está pelo menos uma década longe de chegar às prateleiras.
A pesquisa pode também ser útil no tratamento de diabetes do tipo 1, que geralmente se desenvolve na infância ou adolescência.[DailyMail, PortaldaSaude]
Três anos é muito tempo para quem está necessitando do tratamento para ontem.
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