Remédio reduz em 38% risco de ter câncer de mama
MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Uma revisão de estudos com dados de mais de 83 mil mulheres apontou que moduladores hormonais reduzem em 38% o aparecimento do tumor em mulheres saudáveis com alto e médio risco de desenvolver a doença.
Trata-se da primeira análise de estudos clínicos envolvendo esses remédios, que evitam que o estrogênio faça as células da mama se multiplicarem no caso de tumores de mama hormonais. Cerca de 70% dos tumores têm esse perfil.
As drogas podem ser indicadas se a mulher, mesmo saudável, tiver histórico importante de doença na família, lesões precursoras do câncer e/ou mutações genéticas que aumentam a chance de desenvolvê-lo.
Em geral, o tratamento é oferecido a mulheres que estão na pós-menopausa.
Segundo os autores da pesquisa, publicada hoje na revista médica inglesa "Lancet", já se sabia que esses remédios reduziam o risco de câncer de mama em mulheres com risco elevado da doença, mas a duração do efeito protetor das drogas era desconhecida.
O novo trabalho agora confirma o benefício por pelo menos cinco anos depois do fim do tratamento.
Neste mês, o US Preventive Services Task Force, grupo de pesquisadores ligado ao governo americano, recomendou que os médicos ofereçam esses remédios a mulheres com alto probabilidade de ter câncer e baixo risco de desenvolver derrames e coágulos --possíveis efeitos colaterais dessa drogas.
No Brasil, segundo Max Mano, oncologista do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), esse tratamento é pouco usado, ainda que sua frequência seja maior do que na Europa.
No setor privado, porém, a profilaxia é discutida rotineiramente, segundo Artur Katz, coordenador de Oncologia Clínica do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês.
"Com mulheres que têm alto risco de ter a doença, temos a obrigação de discutir, caso a caso, os prós e contras do tratamento."
Ele afirma que há quem prefira usar a medicação, ser acompanhada de perto ou até fazer a retirada das mamas.
Editoria de Arte/Folhapress |
Nenhum comentário:
Postar um comentário