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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

DOENÇA DO BEIJO

MONONUCLEOSE INFECCIOSA
Os primeiros sintomas são febre alta e dor de garganta. Três ou quatro dias depois, quando você acha que as coisas vão melhorar, começam os enjôos e as dores no corpo. Ao mesmo tempo, o baço, o fígado e os gânglios ficam inchados, principalmente os localizados na região do pescoço, axilas e virilha. A essa altura já deu para perceber que não se trata de uma simples virose. Ao que tudo indica, você foi pega pelo vírus Epstein barr, da mesma família do herpes comum e causador da mononucleose infecciosa. Se o diagnóstico se confirmar, é sinal de que você anda beijando muuuito.
Transmitida exclusivamente pela saliva, a mononucleose ataca homens e mulheres, a maioria entre 15 e 25 anos, faixa etária que adora ficar - por isso ficou conhecida como doença do beijo. Mas atenção: esse não é o único modo de contrair a danada. "Gotículas de saliva soltas em conversas a uma distância menor que 1,5 metro, tosses, espirros e até selinhos são suficientes para espalhar o vírus", diz o infectologista Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo. O que significa que, se o seu gato foi infectado e você não, ele não necessariamente ficou com outras por aí.
Outro fator que dificulta a prevenção é o comportamento, às vezes misterioso, da doença. "Apesar de ela ser bastante comum, pouca gente sabe que contraiu o vírus", esclarece o infectologista David Salomão Lewi, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. "Estima-se que, entre a população adulta (acima de 25 anos), 80% já entraram em contato com ele. Desse total, nem 10% chegaram a apresentar os sintomas. Assim como o herpes, ainda não se sabe por que o problema se manifesta em certas pessoas e em outras não."
Moral da história: aquele moreno alto, bonito e sensual que deixou você nas nuvens podia muito bem estar contaminado e não saber. E, apesar de ele não ter desenvolvido o mal, você pode ficar doente, sim, senhora.
A essa altura você deve estar se perguntando como se proteger, então. Bem, para começar, esqueça os sprays anti-sépticos e toda sorte de produtos que prometem higienizar a boca - pelo menos se a intenção for evitar o vírus -, pois eles não funcionam para esse fim. Depois, evite beijar e ficar muito perto de pessoas contaminadas.
Não sabe quem está infectado? Bom, nesse caso, não tem muito jeito, não. Ou pede um exame de sangue ao cidadão (e adia o beijo até receber o resultado) ou beija assim mesmo e reza para o seu anjo da guarda.
Como muitos sintomas são os mesmos de outras doenças, não é raro a pessoa receber o diagnóstico de complicações na garganta ou de uma virose qualquer. Foi assim com a bancária Elisa Miranda, de 28 anos. "Depois do Réveillon, comecei a ter febre, dor de garganta e de ouvido. Como o pescoço estava inchado, eu tinha certeza de que era alguma coisa ali. Quando fui ao médico, ele disse que não havia nada no ouvido, que se tratava de infecção. E nem pediu um exame de sangue. Saí da clínica com uma receita de antibiótico, que não serviu de nada. E demorei mais duas semanas para melhorar." Infelizmente, o profissional que atendeu Elisa não notou o inchaço. "Como a principal característica da doença são gânglios, fígado e baço aumentados, um exame de toque nessas regiões indica facilmente se é mononucleose. Ao pularem essa etapa, muitos médicos comprometem a avaliação", explica o dr. Olzon. Não fosse isso, mais facilmente se evitaria passar o mal adiante.
Uma vez detectada a doença, tratá-la não tem segredo. "Assim como a gripe, a mononucleose vem e vai embora sozinha, sem deixar marcas ou seqüelas", avisa o dr. Olzon. "E você só pega uma vez na vida." Para aliviar os sintomas, os especialistas receitam antiinflamatórios e antitérmicos. Fora isso, é preciso ter paciência. "O ciclo de vida do vírus dura de dez a 15 dias. A partir daí, há uma boa melhora", diz o médico. Para afastar o risco de uma complicação, como um rompimento do baço, os médicos aconselham que você dê um tempo na atividade física e na balada no período de recuperação. O que acontece, na maioria dos casos: a pessoa não repousa o tempo necessário e acaba pegando outras doenças por causa da baixa resistência.
Na fase de recuperação, o infectologista Lewi dá outro conselho: "O inchaço dos órgãos é o principal responsável pelos enjôos. Por isso, é importante evitar alimentos gordurosos e de difícil digestão."
Há outros vírus e bactérias que pegam carona na saliva e se instalam no organismo. "Basta a imunidade estar um pouco abalada para várias doenças atacarem", afirma Valter Moura Ferreira, especialista em traumatologia bucomaxilofacial, de São Paulo. Conheça algumas delas:
Herpes - A principal característica são as feridinhas ao redor dos lábios. Não tem cura. O vírus fica no organismo de todo mundo que teve contato, mas nem todos desenvolvem os sintomas.
Sífilis - Causada por bactéria, é considerada uma doença sexualmente transmissível. Contudo, em sua fase secundária, ela é altamente contagiosa através do beijo.
Cárie - A bactéria Streptococcus mutans pode passar de boca em boca e estragar os dentes. Mas, para isso, ela precisa encontrar um ambiente propício.
Viroses - Gripes, resfriados e até mesmo algumas infecções intestinais também podem ser passados pela saliva. (Fonte: Cláudia Mendes - nova.abril.com.br)

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