E agora?
Por que muitos religiosos freiras católicas e monges budistas fazem voto de pobreza? Deixando doutrinas e crenças à parte, tanto quanto possível, um estudo publicado na Psychological Science oferece pistas que podem iluminar essa questão e esclarecer essa dúvida: o dinheiro – até o simples pensamento sobre ele – diminui a satisfação encontrada em prazeres simples da vida.
Considerando que a capacidade de apreciar as experiências prediz o nível de felicidade, o psicólogo Jordi Quoidbach e seus colegas da Universidade de Liège, na Bélgica, dividiram aleatoriamente 374 adultos, com perfis e atividade profissional variados, em dois grupos. O primeiro recebeu a fotografia de uma pilha de dinheiro e o segundo, a mesma figura, porém desfocada e impossível de ser reconhecida. Depois os participantes fizeram testes psicológicos para medir sua capacidade de aproveitar as experiências agradáveis. Os que receberam a imagem do dinheiro pontuaram menos.
Em um segundo teste, o primeiro grupo recebeu um pedaço de chocolate após ter visto a fotografia do dinheiro e o outro depois de ter observado a imagem borrada. Depois os pesquisadores cronometraram o tempo que cada um levou para saborear o doce. As mulheres apreciaram a guloseima por mais tempo que os homens, porém, independentemente do sexo, os participantes que receberam a figura do dinheiro gastaram menos tempo saboreando o chocolate (em média 32 segundos contra 45 segundos).
Esses resultados mostram que pensar em dinheiro pode tirar o prazer. Em outras palavras, apesar de o dinheiro ser um canal para o acesso a experiências prazerosas, ele “rouba” a capacidade de apreciar as coisas simples.
(Fonte: revista Mente e Cérebro)
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