A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu na terça-feira a comercialização do fitoterápico emagrecedor Caralluma fimbriata, até agora vendido pela internet e manipulado em farmácias, com e sem receita.
Na semana passada, reportagem na Folha Equilíbrio chamou a atenção para a publicidade enganosa que vinha sendo feita da planta, em sites e redes sociais.
A Caralluma fimbriata é uma planta asiática com suposta propriedade de elevar a sensação de saciedade. Em maio, a agência proibiu a publicidade de produtos com ela. Mas sites com depoimentos falsos e promessas idem continuaram no ar.
Agora, a medida suspende, além da venda de fórmulas prontas, a importação e a manipulação do insumo.
Aos que estão tomando a caralluma, a Anvisa recomenda a interrupção do uso.
É também a visão do Conselho Federal de Farmácia. "Não há certeza sobre a toxicidade da planta", diz Ely Eduardo Saranz Camargo, presidente da comissão de fitoterapia da entidade.
Maria do Carmo Garcez, presidente da associação de farmácias de manipulação, critica o veto. "Para a Anvisa, inúmeros fitoterápicos não têm estudos conclusivos. Pelo argumento, muitos outros teriam que ser proibidos."
A nutróloga Marcella Duarte, da Associação Brasileira de Nutrologia, indica a substância a pacientes. Para ela, o que causou a proibição foi a propaganda falsa.
"Anúncios prometem o que a caralluma não pode cumprir. Nenhum fitoterápico faz emagrecer dez quilos por mês. O efeito é discreto, mas não quer dizer que a planta não tenha eficácia."
A farmacêutica Pharma Nostra, única fornecedora nacional do insumo para 7.000 farmácias de manipulação, informou que vai acatar a resolução e suspender já a importação.
O responsável pelo site do produto Caralluma Actives no Brasil, Thales Prado, foi contatado e não respondeu. Três semanas atrás, seu site registrava mil pedidos por dia. Ali, o emagrecedor importado dos EUA é vendido a R$ 98,90 (frasco para um mês de regime). (Juliana Vines - Folha.com-Equilíbrio e Saúde)
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