Criado pela Organização Mundial da Saúde, o Dia Mundial Sem
Tabaco é comemorado a cada ano em 31 de maio. Na edição 2012, o tema escolhido
pela OMS é a interferência da indústria do tabaco na saúde pública, visando
divulgar mundialmente o artigo 5.3 da Convenção Quadro para o Controle do
Tabaco, que trata da questão. Sua intenção é proteger as políticas públicas de
saúde dos interesses comerciais ou outros interesses garantidos para a
indústria do tabaco, de acordo com a
legislação nacional.
Entre as medidas previstas no artigo 5.3 estão:
Interagir com a indústria do tabaco de forma transparente e
apenas quando necessário para regulá-la efetivamente, assim como a seus
produtos.
Rejeitar parcerias e acordos voluntários com a indústria do
tabaco.
Proibir o envolvimento da indústria do tabaco em quaisquer
iniciativas para jovens, de educação pública ou outras, como as chamadas de
responsabilidade social.
Prevenir conflitos de interesse em qualquer área e nível de
governos.
Como já dissemos em outras edições, é fundamental entender
as estratégias das empresas de tabaco para ganhar confiança do público em geral
e dos legisladores e membros do Executivo. A indústria do tabaco usa uma
variedade de estratégias para interferir na adoção e implementação de leis que
enfraqueçam as políticas de controle do tabagismo e, em consequência, suas
vendas. Frear ou enfraquecer legislações através de lobby, participação em
grupos de peritos e consultorias é uma das estratégias. Impedir a efetividade
de leis fazendo alarde sobre elas ou minar os esforço para sua implementação é
uma outra bem conhecida. Afinal, quem não se lembra de todo esforço para evitar
as regulamentações, que duraram todo o ano de 2011 e começo de 2012?
As ações ditas de responsabilidade social, que geram uma boa impressão e legitimidade, são bastante conhecidas no Brasil. É bom
lembrar que essas ações - sejam sociais, ambientais, educativas -- não passam
de marketing para atrair novos consumidores, como jovens e mulheres, manter e
aumentar as vendas entre os fumantes habituais e fazer com que ex-fumantes
voltem a fumar. Publicidade, propaganda e patrocínio de eventos estão entre as
ações mais constante das empresas de tabaco.
Em 2011, a ACT fez um levantamento de matérias divulgadas
nos meios de comunicação e encontrou 27 eventos patrocinados pela Souza Cruz,
nas áreas de cultura, jurídica, social, empresarial, econômica, ambiental,
voltado ao público jovem e de comunicação.
A empresa patrocina 15 programas voltados para jovens, para educação,
meio ambiente e trabalhador. Esses
projetos e programas rendem uma imagem positiva para empresa, de boa cidadã
corporativa. Só em 2011, foram 21
prêmios.
Já a Philip Morris patrocina quatro projetos, das áreas
econômica, social, cultural e esportiva,
e é responsável pelo programa de responsabilidade social no varejo, com
curso de atendimento e vendas. Junto com outras empresas, ela também financia o
programa de estágio do jornal O Estado de S. Paulo.
Isso sem falar dos patrocínios a eventos da área jurídica,
do qual tratamos na edição passada.
Portanto, fique alerta e não se deixe intimidar pela
indústria do tabaco. Denuncie a interferência dela.
FONTE: Boletim ACT - EDIÇÃO 81 - MARÇO/ABRIL DE 2012
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quarta-feira, 16 de maio de 2012
31 DE MAIO 2012 - DIA MUNDIAL SEM TABACO
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