Especialistas dão sinal verde para que o Truvada seja comercializado para pessoas saudáveis com parceiros infectados
O Truvada é comercializado desde 2004 para combater o HIV, mas só agora
deverá ser vendido como droga capaz de impedir a infecção em pessoas saudáveis
(Divulgação)
Consultores do FDA, órgão americano que regula
alimentos e medicamentos, recomendaram a adoção da droga Truvada como a primeira pílula para
prevenir a aids. Os especialistas se reuniram nesta quinta-feira,
após o FDA ter se pronunciado favorável ao estudo que mostrava a
eficácia do medicamento em pessoas saudáveis. O FDA, que tomará a decisão final
sobre o medicamento no dia 15 de junho, não é obrigado a seguir a recomendação
do comitê, mas é o que normalmente acontece.
Saiba mais
TRUVADA
O Truvada, comercializado desde 2004, é a
combinação de outras duas drogas mais antigas no combate do HIV, Emtriva e
Viread. Os médicos normalmente receitam a medicação como parte de um coquetel
que dificulta a proliferação do vírus, reduzindo as chances da aids se
desenvolver.
A capacidade de prevenção do Truvada foi anunciada pela
primeira vez em 2010 como um dos grandes avanços médicos na luta contra a
epidemia de aids. Um estudo de três anos descobriu que doses diárias diminuíam o
risco de infecção em homens saudáveis em 44%, quando acompanhados por orientação
e o uso de preservativo.
Outro estudo descobriu que o Truvada reduziu a
infecção em 75% para casais heterossexuais em que um dos parceiros tinha o HIV.
O remédio já está no mercado para tratar a doença, mas sob a prescrição médica
em casos específicos. A aprovação do FDA permitiria a empresa Gilead Sciences,
dona da medicação, para vender a droga formalmente nas condições estabelecidas
pelo órgão.
Os especialistas aprovaram por 19 votos contra 3 a prescrição do Truvada para
homens homossexuais HIV-negativos, e, por 19 votos a 2 (uma abstenção), receitar
a droga para pessoas não infectadas cujos parceiros têm aids.
O Truvada
está disponível desde 2004 para tratamento de soropositivos em combinação com
outras drogas antirretrovirais, como forma de diminuir a proliferação do vírus
no organismo.
Depois de um estudo publicado na revista Science, mostrando a
eficácia do remédio em prevenir que pessoas saudáveis fossem infectadas, a
fabricante Gilead Sciences apresentou uma solicitação para poder comercializar o
Truvada com objetivos de prevenção.
O estudo mostrou que a droga aumentou a capacidade de prevenir o HIV em
homens homossexuais, que adotam comportamentos de risco, de 44% para quase 73%.
Contudo, críticos observam que a pílula é cara - custa até 14.000 dólares ao ano
- e outros alertam que o teste clínico não representa as circunstâncias do mundo
real e poderia provocar um aumento na prática de sexo sem proteção e em uma
retomada nos casos de aids. Além disso, o remédio pode causar diarreia, tontura,
náusea e vômito como efeitos colaterais. Nos casos mais sérios, houve
intoxicação do fígado, problemas nos rins e enfraquecimento dos ossos.
FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/especialistas-dos-eua-aprovam-pilula-preventiva-contra-aids
Nenhum comentário:
Postar um comentário