Recente pesquisa testou a capacidade de 281 mães de crianças
entre 12 e 32 meses de avaliar a saúde dos seus filhos, levando em conta apenas
peso e altura. Foi apresentado para elas uma série de silhuetas representando
crianças na idade do filho delas, e elas foram solicitadas a identificar qual
silhueta correspondia melhor ao perfil de seus filhos.
Os números da pesquisa são os seguintes: 30% das crianças
foram consideradas com sobrepeso pelos pesquisadores. 70% das mulheres erraram
ao associar uma silhueta aos filhos delas, significando que a silhueta
escolhida era dois números maior ou menor que o filho delas.
As mães das crianças mais magras eram as que melhor
acertavam o tamanho das crianças com a silhueta. 70% das mães com filhos
considerados saudáveis e 80% das mães com filhos com sobrepeso estavam
satisfeitas com o tamanho de seus filhos. 4% das mães de filhos com sobrepeso
achavam que seus filhos deveriam ser maiores.
A pesquisa foi feita com lares de baixa renda e as mães, em
sua maioria, também tinham sobrepeso. A avaliação incorreta que as mães fazem
do peso dos próprios filhos não é algo sem consequências, visto que uma criança
que tenha sobrepeso antes dos 5 anos provavelmente será um adolescente obeso e
terá problemas de saúde mais tarde, associados à obesidade.
Dois fatores podem estar por trás destas estatísticas. O
primeiro deles é a crença errônea que crianças gordinhas são crianças
saudáveis. O segundo fator é que o número de crianças com sobrepeso está
aumentando, o que faz com que as crianças saudáveis pareçam, na verdade,
magrinhas e deficientes.
O resultado é que tem muitos pais que estão insistindo para
que seus filhos comam mais e ganhem peso quando na verdade eles estão com peso
e altura saudáveis para sua idade.
O conselho dos pesquisadores é que os médicos tenham um
diálogo com os pais sobre o peso das crianças: 74% das mães de crianças com
sobrepeso disseram que nenhum médico jamais falou com elas sobre o peso das
crianças. Além disso, a avaliação da criança deve envolver peso e altura ao
mesmo tempo, para ajudar a mãe a ter uma ideia da situação real em que se encontra
seu filho.
No Brasil, a obesidade infantil está chamando atenção das
autoridades e dos médicos: também estamos sofrendo com uma epidemia, a exemplo
dos gringos. Esta epidemia inspirou já várias matérias jornalísticas e um
programa do governo de combate à obesidade infantil.
Estima-se que um em cada 3 estudantes entre 5 e 9 anos está
com sobrepeso, e 1 em cada 5 jovem entre 10 e 19 anos também. A estatística
ainda aponta que os números da obesidade aumentaram em 300% nos últimos 30
anos.[LiveScience, MinistériodaSaúde, Globo, IBGE]
Nenhum comentário:
Postar um comentário