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terça-feira, 22 de maio de 2012

TABACO ENERGÉTICO


Tabaco energético é testado em Rio Pardo
Jefferson Klein
ANTONIO PAZ/JC
Morais investe na inédita produção de tabaco energético
Morais investe na inédita produção de tabaco energético
Uma iniciativa inédita no Brasil está sendo elaborada no interior do Rio Grande do Sul. O grupo italiano Sunchem e a gaúcha M&V Participações realizam no município de Rio Pardo testes com o chamado tabaco energético. A planta, diferentemente da convencional, não pode ser utilizada para a produção de cigarros, mas pode ser aproveitada para a fabricação de óleo vegetal e, consequentemente, de biodiesel ou bioquerosene de aviação. Ainda propicia subprodutos como biomassa para geração de energia e ração animal.

A semente de tabaco energético foi desenvolvida pela empresa italiana de biotecnologia Plantechno. Como resultado dessa pesquisa, em 2003 foi aprimorada uma variedade de tabaco com características que a tornam única em seu gênero: com baixíssimo teor de nicotina e rica em óleo. Em 2007, a Plantechno e a Idroedil criaram a Sunchem e passaram para uma fase de provas em escala mundial. Desde então, experiências foram realizadas em países como Itália, Egito, Estados Unidos, Namíbia, Senegal e Costa do Marfim. No ano passado, Sunchem e a M&V resolveram conduzir testes no Brasil.

Ao final de 2011, o tabaco energético foi plantado em cerca de 10 hectares, em Rio Pardo, e a primeira colheita deverá ocorrer em junho. O economista Sérgio Camps de Morais acredita que em 2013 será possível atingir um patamar que permita uma produção em escala comercial. Morais, que já foi produtor de soja e arroz em São Gabriel e presidente do Grupo CEEE durante o governo de Yeda Crusius, será o CEO da Sunchem South Brazil (que deve ser formalizada até junho, com sede em Porto Alegre). A companhia assumirá a responsabilidade do projeto no País.

Ele adianta que para 2014 o objetivo é implementar uma unidade industrial para viabilizar a produção de biocombustíveis. A perspectiva é de um investimento de aproximadamente R$ 20 milhões para concretizar uma estrutura com capacidade para esmagar em torno de 250 mil toneladas do tabaco energético ao ano. Para atender à demanda do complexo, será preciso alcançar uma área plantada de cinco a dez mil hectares.

Conforme Morais, a variedade desenvolvida no Estado é resultado de um trabalho de seleção, porém em outras nações já há pesquisas envolvendo transgênicos. O sistema de plantio é igual ao tabaco tradicional, entretanto há a possibilidade de mecanização no transplante e na colheita. Ele acrescenta que o tabaco energético produz de seis a dez toneladas de semente por hectare, com conteúdo de óleo de 35% a 40%, enquanto a soja tem 18%. Além disso, é mais resistente ao clima. O ciclo de plantio e colheita é de 120 a 270 dias e a semente possui diâmetro de aproximadamente 0,6 milímetros.

O economista salienta ainda que a cada ano surge uma nova dificuldade para a comercialização do fumo tradicional, com restrições impostas ao cigarro. “O energético é uma alternativa, não é algo para substituir o fumo, mas queremos que os fumicultores agreguem essa atividade, diversificando a produção”, diz Morais. Ele revela também que, caso o óleo vegetal oriundo do tabaco energético enfrente dificuldade de comercialização dentro do mercado brasileiro, o produto poderá ser exportado e uma das compradoras deverá ser o grupo Argos, empresa de energia global sediada na Holanda.

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