Pesquisar este blog

sábado, 30 de outubro de 2010

SIMPÓSIO EXPANSÃO DOS CUIDADOS PALIATIVOS NO BRASIL

Controlar os sintomas de uma doença crônica em estágio avançado e proporcionar mais qualidade de vida para o paciente e seus familiares é o objetivo dos Cuidados Paliativos. Além da continuidade do tratamento curativo, nesta etapa a atenção também é voltada às necessidades físicas, psicológicas, sociais e até mesmo espirituais dos pacientes. Esta área da medicina tem como foco o alívio do sofrimento e o tratamento da dor.
Para aprofundar a discussão deste tema, o Instituto Nacional de Câncer, com o apoio da Fundação do Câncer e do International Network Cancer Treatment Research (INCTR), do Canadá, promove nos dias 16 e 17 de novembro o Simpósio Expansão dos Cuidados Paliativos no Brasil.
O evento vai reunir especialistas do Brasil e do Canadá para troca de experiências e discussão de novas estratégias e possíveis modelos de programas para a área. O objetivo é montar um grupo nacional de trabalho permanente.
Vamos discutir os Cuidados Paliativos no Brasil. Falta ao país a organização de uma rede articulada. Precisamos ampliar este tipo de serviço, só existente nos grandes centros. Também é necessário dar mais destaque aos Cuidados Paliativos na Pediatria. Outro grande desafio é conseguir sensibilizar os gestores da Saúde para a importância desta área”, explica a oncologista e diretora do HC IV, Claudia Naylor, idealizadora do Simpósio.
O status de área da medicina foi conquistado recentemente, no último mês de outubro. O reconhecimento, segundo a médica, vai estimular a formação de profissionais mais qualificados e especializados.
De acordo com Claudia, os Cuidados Paliativos vêm se desenvolvendo no Brasil, principalmente na última década, mas ainda falta no país a definição de uma política que estruture e organize o sistema de saúde para esta temática.
“Muitas pessoas ainda não têm acesso a este tipo de tratamento. A abordagem apenas com intenção curativa nem sempre é a mais indicada, no entanto, é priorizada em detrimento de um acompanhamento conjunto com o cuidado paliativo, que seria o padrão ouro na atenção oncológica", afirma.
A oncologista Teresa Reis também ressalta a importância dos cuidados paliativos. “O senso comum entende os cuidados paliativos apenas para os pacientes que estão morrendo. Na verdade, é um tratamento indicado para pessoas com diagnósticos de uma doença avançada e sem probabilidade de cura. O nosso desafio é fazer com que todos entendam que a morte é um processo natural da vida. A sobrevida pode ser de dois, três, quatro anos. É difícil mensurar prazo, mas o importante é garantir a qualidade de vida para o doente”, explica.
Ambas oncologistas lembram ainda uma pesquisa recente, divulgada em julho de 2010 pela consultoria Economist Intelligence Unit na Grã-Bretanha, sobre a qualidade da morte em 40 países. O Brasil ficou em antepenúltimo no ranking, um indício de que ainda há muito a se desenvolver. A Grã-Bretanha, seguida pela Austrália e Nova Zelândia, são os países que mais oferecem cuidados a pessoas no fim da vida.
A pesquisa aponta que em todo o mundo há uma série de deficiências na coordenação entre diferentes órgãos e departamentos para políticas sobre como lidar com a morte.
De acordo com a Aliança Mundial de Cuidado Paliativo, mais de 100 milhões de pacientes e familiares precisam de acesso a tratamentos paliativos anualmente, mas apenas 8% os recebem. Isso porque a qualidade e a disponibilidade do tratamento paliativo antes da morte são baixas. (Fonte: Fundação do Câncer)

Nenhum comentário:

Postar um comentário