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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

TERAPIA GENÉTICA PARA DEPRESSÃO

DEPRESSÃO
Pesquisadores identificaram um gene que pode ser responsável pelos sintomas de depressão grave e disseram que, talvez, seja possível usar uma terapia genética para evitá-los.
Uma terapia semelhante já foi testada nos cérebros de pacientes com mal de Parkinson. A técnica poderia ser adaptada rapidamente para tratar a depressão, segundo Michael Kaplitt, da Faculdade de Medicina da Universidade Cornell, e seus colegas em um estudo divulgado na quarta-feira (20).
"Temos uma terapia potencialmente nova para atingir o que agora sabemos ser uma das causas na raiz da depressão humana", disse o neurocirurgião em nota.
A equipe de Kaplitt examinou a atividade de um gene chamado p11 numa parte do cérebro chamado nucleus accumbens. "Este é o centro do cérebro para a satisfação e recompensa", disse Kaplitt. "Um dos principais problemas na depressão é a chamada anedonia -- a incapacidade de se satisfazer com atividades normalmente prazerosas da vida."
O gene p11 ajuda a regular a sinalização da serotonina, neurotransmissor associado ao humor, ao sono e à memória. Muitos antidepressivos agem sobre a serotonina.
Os pesquisadores usaram ratos sem o gene p11 ativo, que agiam como deprimidos. "Se você pega um rato pela cauda, ele tende a lutar para fugir. Um rato apresentando comportamento depressivo simplesmente fica lá deitado", disse Kaplitt.
A mesma equipe já testa a terapia genética para o mal de Parkinson em pessoas. Eles usaram o mesmo vetor - o vírus empregado para levar o novo gene ao organismo - para fazer o substituto terapêutico do gene p11.
Isso transformou o comportamento dos ratos deprimidos, segundo artigo na revista Science Translational Medicine. Mas substituir um gene em ratos não prova que o mesmo sintoma tenha efeito em humanos ou que estimular a produção iria alterar a depressão humana.
Então, os cientistas examinaram amostras cerebrais de pessoas já mortas que tinham depressão, e compararam com amostras de pessoas que não haviam sido deprimidas em vida. Os níveis do p11 na região do nucleus accumbens - o centro da recompensa - eram significativamente menores nos pacientes deprimidos, disseram os cientistas.
Kaplitt salientou que a terapia genética contra a depressão ainda vai demorar para ser testada em humanos, embora os testes com pacientes de Parkinson indiquem que a prática é segura. "Um dos próximos passos principais é tentar testar isso em primatas", afirmou.
A depressão afeta cerca de 121 milhões de pessoas no mundo todo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e é diagnosticada anualmente em pelo menos 13 milhões de adultos nos EUA. É o principal fator causador de suicídios e pelo menos 27 milhões de norte-americanos tomam antidepressivos.
As causas são complexas e pacientes diferentes reagem a diferentes tratamentos.(Fonte: g1.globo.com)

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