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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

ALCOOLISMO e MORTES VIOLENTAS


Álcool impulsiona mortes violentas

Acidentes de trânsito e homicídios envolvendo homens embriagados crescem ainda mais no final do ano
Marcos Zanutto/03-10-2012
PRE confirma que o homem é mais vezes protagonista em acidentes graves
Londrina - A Coordenadoria da Saúde do Homem do Ministério da Saúde alerta que durante as festas do fim do ano o número de homens jovens, com idade entre 15 e 34 anos, que são vítimas de morte violenta, cresce assustadoramente. 

De acordo com declarações do coordenador do órgão, Eduardo Chakora, o ministério está convencido que o fato está relacionado com os excessos na ingestão de bebida alcoólica nesta época do ano. Além de ser o fator preponderante nos acidentes graves nas ruas e nas estradas, o álcool faz os homens, especialmente os mais jovens, terem reações mais agressivas em situação de conflito. 

''Por natureza, os homens têm uma resposta a situações de violência seja como autor, ou seja, como vítima de violência'', afirmou Chakora ao Blog da Saúde, publicação ligada ao site oficial do ministério. 

''Geralmente, os homens se machucam muito uns aos outros, se ferem, se matam e na questão da violência doméstica geralmente eles são os perpetuadores da violência, inclusive sexual. O que a gente está buscando de fato é que os homens não bebam, ou bebam moderadamente em ambiente tranquilo, seguro e pacífico, e que isso possa resultar em momentos de alegria'', completou Chakora. 

Dados do Ministério da Saúde apontam que 35 mil homens perderam a vida em 2010 com idade entre 15 e 34 anos. Na mesma faixa etária, o número de mulheres mortas foi de 8 mil.

O número de mortos por acidente de trânsito no país em 2010 - balanço mais recente do ministério - foi de cerca de 42 mil. As vítimas masculinas significaram 81% deste universo. 

O relações-públicas da 2 Companhia da Polícia Rodoviária Estadual, subtenente Hérmerson Oliveira Pacheco, também acredita que o abuso do álcool é o fator determinante para os homens serem as maiores vítimas da violência no trânsito. ''Tenho 30 anos de polícia e pouquíssimas vezes flagrei um acidente provocado por uma motorista bêbada. É algo realmente muito raro. Ao longo de todo o ano, o homem é mais vezes protagonista em acidentes graves. Mas no final do ano realmente esta proporção cresce.'' 

Com sua longa experiência em patrulhas rodoviárias, Pacheco não tem dúvida de que as mulheres são mais cuidadosas, detalhistas e respeitam mais a lei. ''O principal problema na nossa cultura no trânsito é que o homem tem uma confiança excessiva sobre sua capacidade como motorista, como se quisesse mostrar que faz aquilo naturalmente, sem temores. E quanto mais jovem, mais esta característica se acentua, mais ousados os homens são''. 

O agente da Polícia Rodoviária Federal, Wagner Stochi, concorda com Pacheco, e lembra que o fator cultural é um obstáculo para a redução da mortalidade masculina e que poderia ser trabalhado em uma campanha oficial de conscientização. ''Nas festas de fim de ano, há muito carros com a família inteira. E neste caso é muito raro o homem deixar a mulher dirigir'', revela. 

Nas blitze, situações ainda mais absurdas ocorrem. ''Infelizmente, também não é incomum encontrarmos o motorista embriagado, com a carteira irregular, ou mesmo sem habilitação, com a mulher no banco do carona, sóbria e com a documentação correta'', relata Stochi. ''Quando isso ocorre, eles admitem que o homem sente-se constrangido em passar a direção a uma mulher.'' 

O policial rodoviário também lembra outro fator que aumentou o número de homens jovens mortos em acidentes automobilísticos. ''O número de motocicletas em circulação tem aumentado muito e normalmente os motoristas são homens mais jovens. O número de motociclistas na zona rural também cresceu e muitos deles não têm sequer habilitação, não passam por nenhuma escola de formação'', observa. 

Criminalidade 

Por outro lado, a matança de homens jovens no Brasil também está intimamente ligada à criminalidade. Em Londrina, por exemplo, dos 111 assassinatos registradas até a última sexta-feira, 91% das vítimas foram homens. De acordo com estatísticas divulgadas pelo Siate (também considerando apenas situações ocorridas até sexta-feira), das 221 vítimas de armas de fogo na cidade, 205 eram homens. Entre as vítimas por arma branca, o Siate informa, através do site do Corpo de Bombeiros, que das 82 vítimas, 86% são homens. 

O investigador da Delegacia de Homicídios de Londrina, Claudio Santana, acredita que o homem tenha características naturais que influenciam seu comportamento, o instinto de ter prazer em correr riscos, o que inclui confrontos armados. ''É só ver a proporção de gênero na população carcerária, onde os homens são esmagadora maioria.'' 

O policial civil disse ainda que em períodos como o fim do ano, quando o consumo de bebida alcoólica é maior, aumenta a probabilidade de crimes violentos acontecerem, embora, às vezes, as estatísticas não confirmem isso. Santana lembrou ainda que a violência neste período pode estar ligado às anistias no sistema prisional.
FONTE: Lúcio Flávio Moura - http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--3395-20121231

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