Estudo mostra que caminhar em parque pode ter efeito restaurador para o cérebro
GRETCHEN REYNOLDS
DO "NEW YORK TIMES"
DO "NEW YORK TIMES"
Os cientistas já sabem que o cérebro humano tem uma capacidade limitada de permanecer calmo e focado.
Essa capacidade pode ser influenciada pelo barulho e pelas frenéticas demandas da vida urbana, às vezes causando a condição conhecida informalmente como fadiga cerebral. Quem tem fadiga cerebral fica facilmente distraído e esquecido.
Mas um novo estudo na Escócia sugere que é possível atenuar a fadiga cerebral simplesmente passeando em um parque frondoso.
Há muito tempo, os pesquisadores teorizam que áreas verdes são relaxantes, exigindo menos da nossa atenção do que as ruas.
Os ambientes naturais evocam a "fascinação suave", um termo para a contemplação silenciosa, durante a qual o cérebro pode reiniciar os recursos sobrecarregados da atenção e reduzir a fadiga mental.
Mas essa teoria é difícil de testar. Estudos anteriores mostraram que pessoas que moram próximas a árvores e parques têm níveis menores de cortisol, o hormônio do estresse, em comparação às que vivem primariamente no meio do concreto.
Também crianças com deficit de atenção tendem a se concentrar mais e ter resultados melhores em testes cognitivos depois de passearem em parques.
Os cientistas observaram, com base na leitura de ondas cerebrais, que voluntários ficam mais calmos ao verem cenas naturais.
Até recentemente, não havia sido possível estudar os cérebros das pessoas quando elas estão de fato ao ar livre.
Agora, surgiu uma versão portátil do eletroencefalograma (EEG), tecnologia que estuda os padrões das ondas cerebrais.
Para o novo estudo, publicado em março na revista "The British Journal of Sports Medicine", cientistas da Universidade Heriot-Watt, em Edimburgo, e da Universidade de Edimburgo acoplaram os novos EEGs aos couros cabeludos de 12 jovens saudáveis.
Os eletrodos enviavam, sem fio, leituras das ondas cerebrais para um laptop que cada voluntário levava numa mochila.
Os pesquisadores então enviaram os participantes para caminhadas curtas por Edimburgo, inicialmente em um bairro histórico, depois num ambiente semelhante a um parque e, finalmente, num bairro comercial.
Depois, os cientistas procuraram os padrões cerebrais que eles julgavam corresponder a determinados graus de frustração, atenção dirigida, excitação e calma mental ou estado meditativo.
O que eles encontraram confirmou a ideia de que áreas verdes reduzem a fadiga mental: na área comercial, os cérebros ficavam excitados. Já no parque, as leituras se tornaram mais meditativas.
O estudo foi pequeno -mais um teste da nova tecnologia do que um exame definitivo sobre os efeitos cognitivos de olhar para o verde.
Mas, mesmo assim, Jenny Roe, conferencista do Heriot-Watt que supervisionou o trabalho, disse que as conclusões foram consistentes, fortes e valiosas.
Ela recomenda que, assim que possível, você faça uma pausa no trabalho e vá a um parque --ou que pelo menos olhe para áreas verdes da janela do seu escritório.
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