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"[...] hoje sabemos que há pessoas que voltaram a vida três, quatro, cinco horas após morrerem e depois disso tiveram vidas normais", diz o médico Sam Parnia, diretor de pesquisa sobre ressuscitação na Universidade Stony Brook, em Nova Iorque (EUA).
Muitas pessoas consideram uma parada cardíaca como sinônimo de morte, diz ele. Mas muitas vezes não é o fim.
Parnia é autor do livro Lazarus Effect ("O Efeito Lázaro", em tradução livre, uma alusão à passagem bíblica que relata que Jesus ressuscitou Lázaro quarto dias após sua morte).
Ele explica que, depois que o cérebro pára de receber oxigênio por meio da circulação sanguínea, ele não morre imediatamente, mas entra em estado de hibernação, uma forma de se defender do processo de decomposição.
E o "acordar" desse estágio de hibernação pode ser o momento mais crítico de todos, já que o oxigênio pode se tornar tóxico para o cérebro.
O efeito, compara Parnia, é como o de um tsunami após um terremoto, e a melhor resposta é resfriar os pacientes, de 37ºC para 32ºC.
"A razão pela qual a terapia de resfriamento funciona bem é porque desacelera a decomposição do cérebro", diz Parnia.
Experiências de quase-morte
Sam Parnia é fascinado por relatos de pacientes que sentiram a morte de perto.
"Pessoas no mundo todo descrevem experiências semelhantes, mas a interpretação do que eles veem depende muito de sua crença", diz ele.
Essas descrições incluem viagens em túneis iluminados, encontros com figuras angelicais, recordações de eventos passados e, em alguns casos, a sensação de se observar a mesa de cirurgia da perspectiva de quem está "fora do corpo".
O médico está atualmente trabalhando com vários hospitais para investigar relatos desse tipo de experiências "fora do corpo". Como parte do estudo, os pesquisadores posicionaram objetos em prateleiras em salas de operação, que só podem ser observados do alto.
Caroline Watt é psicóloga na Universidade de Edimburgo especializada em examinar relatos paranormais. De mente aberta, ela é também crítica. Ela foi coautora de um artigo que sugere que a sensação da morte pode ser baseada em atividades neurológicas.
Ela afirma que um estudo indica que cerca de metade dos pacientes que disseram ter visto a morte de perto tiveram essa experiência sem estar perto de morrer. Essa sensação foi vivida em momentos de grande expectativa de experiência traumática, como no caso de um nascimento, quando se da à luz, por exemplo. Isso sugere que, qualquer que tenha sido essa sensação, ela não chega a ser uma amostra do que pode ser experimentado perto ou depois da morte.
Ruth Lambert diz ter tido a sensação da morte depois que uma queda interrompeu a circulação de sangue para seu cérebro.
"Foi uma sensação de boas-vindas e de estar indo para um lugar melhor", relembra. "Eu senti a presença forte de Deus, de que não era a minha hora, e então eu acordei".
Desde então, ela disse ter ouvido relatos de outras pessoas que quase morreram. Ela se lembra especificamente de um homem que voltou do coma horrorizado. "Ele achava ter visto o diabo se aproximando e dizendo: você é meu agora, peguei você."
Se Carol Brothers viu Deus ou o Diabo, ela não se lembra: "Nenhum dos dois me quis. Eles jogaram cara ou coroa e a moeda caiu em pé."
FONTE = com informações da BBC - http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=pacientes-ressuscitados-horas-apos-morte-diz-medico&id=8787&nl=nlds
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