TRÂNSITO - Mortes de ciclistas crescem 18% no PR
No ano passado foram registradas 57 ocorrências com vítimas fatais no Estado e em 2011, 48; na região de Londrina, índice de óbitos sobe 20%
Estatísticas do Corpo de Bombeiros mostram que andar de bicicleta está cada vez mais perigoso no Paraná. De acordo com a corporação, no ano passado 57 pessoas morreram em acidentes envolvendo bicicletas em todo o Estado, um aumento de 18,75% em relação a 2011, quando foram contabilizados 48 óbitos. Os números dizem respeito a mortes e ocorrências registradas no Sistema Digital de Dados Operacionais dos bombeiros.
As situações que mais provocaram óbitos foram colisões de carros com bicicletas, que em 2012 resultaram em 28 mortes; e batidas com caminhões, com 11 óbitos registrados. Colisões com ônibus (sete mortes) e motos (cinco), entre bicicletas (uma) e queda do veículo (cinco) completaram a estatística do ano passado.
Na área de abrangência do 3º Grupamento dos Bombeiros (GB), que reúne Londrina, municípios vizinhos e toda a região do Norte Pioneiro, o aumento foi ainda mais expressivo: os óbitos quase triplicaram. Em 2011, foram cinco mortes, e em 2012, 13 vítimas fatais. Cinco mortes aconteceram em colisões de bicicletas com carros, quatro com caminhões, duas com ônibus e duas em queda de bicicleta.
‘‘O que mais contribui para esses números é o comportamento no trânsito, tanto de ciclistas quanto de condutores de veículos automotores. É a educação no trânsito’’, diz o tenente Rodrigo Manoel dos Santos, do setor de comunicação do 3º GB. ‘‘No caso dos ciclistas, ocorrem situações como trafegar na contra-mão ou sem equipamentos de proteção individual. Quanto aos motoristas, muitas vezes falta respeito pelos ciclistas.’’
O tenente defende a realização de campanhas específicas de conscientização para que haja mais tolerância na relação entre ciclistas e motoristas. ‘‘O que falta é as pessoas se colocarem no lugar do outro. O motorista deve pensar: ‘Como eu me comportaria se estivesse nesse trânsito em uma bicicleta?’. E o ciclista deve pensar do ponto de vista do motorista’’, afirma Santos.
Traumas
Xavier Soler Graells, presidente da Sociedade Brasielira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), no Paraná, informa que o atropelamento do ciclista é o tipo de acidente mais comum envolvendo bicicletas no trânsito. ‘‘O motorista do carro, por não ver o ciclista ou por falta de atenção, acaba atropelando’’, diz. As lesões de maior gravidade, segundo ele, são o trauma de cabeça e pescoço – que provoca lesão encefálica – ou trauma raquimedular, que pode provocar óbitos. Outra ocorrência comum é a lesão de membros.
Para ele, o maior risco no trânsito é a circulação do ciclista pela direita. ‘‘É a região de pior visibilidade para o motorista, que ao virar à direita atropela o ciclista que anda junto ao meio fio’’, avalia. O médico acrescenta que o capacete é um equipamento de proteção muito importante. ‘‘Não podemos esquecer que o capacete não evita o atropelamento, por isso, é muito importante o ciclista sinalizar com uma luz que pode ser frontal no próprio capacete ou no guidão da bicicleta.’’ (Colaborou Carolina Avansini)
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