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sexta-feira, 12 de abril de 2013

DIETA RESTRITIVA e TRANSTORNOS ALIMENTARES



Quase um terço dos adolescentes apresentam algum tipo de prática não saudável para controle do peso, enquanto 12,2% apresentam comportamentos de risco para transtornos alimentares.
Os dados são fruto da pesquisa da nutricionista Greisse Viero da Silva Leal, da Faculdade de Saúde Pública da USP.
As práticas de dieta restritiva aumentaram a chance de apresentar comportamentos de risco para transtornos alimentares 17 vezes no sexo masculino, e em quase 13 vezes no sexo feminino.
Greisse recomenda que os pais e os adolescentes aprendam a reconhecer precocemente as atitudes que podem desencadear transtornos alimentares na busca de sua prevenção.
Foram avaliados adolescentes, com idade média de 16 anos (de 14 a 19 anos), estudantes do ensino médio de 12 Escolas Técnicas do Centro Paula Souza, no município de São Paulo.
Comportamento de risco e comportamento não saudável
Entre os adolescentes que apresentaram comportamento de risco para transtornos alimentares, 72,5% são do sexo feminino.
"Estes comportamentos são caracterizados por compulsão alimentar (10,3%), prática de dieta restritiva (8,7%), uso de diuréticos com o objetivo de emagrecer (1,4%), uso de laxantes com o objetivo de emagrecer (0,3%) e vômito autoinduzido com o objetivo de emagrecer (0,3%)", conta a nutricionista.
Dos jovens que apresentavam alguma prática não saudável para controle do peso, 66,8% são do sexo feminino.
"Estas práticas são comer muito pouca comida com o objetivo de perder peso (20,4%); omitir refeições com o objetivo de perda de peso (20,6%); usar substitutos de refeições e alimentos com o objetivo de emagrecer (7,4%); usar remédios para emagrecer (2,1%) e fumar mais cigarros com o objetivo de emagrecer (1,6%)".
Entre as meninas, a leitura de revistas sobre dieta para emagrecer aumentou em 2,87 vezes a chance de apresentar práticas não saudáveis para controle do peso, enquanto que estar satisfeita com a imagem corporal diminuiu esta chance, ou seja, satisfação corporal foi fator protetor.
"O que se observa é que cada vez mais as revistas voltadas para o público feminino apresentam dietas para emagrecer e trazem corpos muito magros como ideais de beleza, as adolescentes podem sentir-se insatisfeitas com seus corpos quando comparados aos das modelos das revistas e procurar métodos não saudáveis para perder peso", diz Greisse.
Entre os adolescentes do sexo masculino, o que mais influenciou as práticas não saudáveis para controle de peso foi o estímulo materno à prática de dietas para emagrecer e a mídia (televisão, artistas de TV e modelos), aumentando o desejo de mudar a aparência corporal.

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