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quarta-feira, 10 de abril de 2013

VENDA DE ÁLCOOL: "O PAÍS DA ROSEMARY" É UM PAÍS DOMINADO PELA INDÚSTRIA!


Consumo frequente de álcool cresceu 20% nos últimos seis anos

Levantamento aponta que a ingestão nociva de bebidas alcoólicas teve aumento de 30%. As mulheres estão no grupo com maiores riscos

Aretha Yarak
Publicidade descobriu que mulheres também tomam cerveja
Bebida alcoólica: entre as mulheres houve aumento de 36% entre aquelas que bebem de maneira nociva (Thinkstock)
O número de brasileiros que ingerem bebida alcoólica frequentemente (uma vez por semana ou mais) aumentou 20% nos últimos seis anos — subiu de 45% para 54% entre bebedores. Os dados fazem parte da segunda edição do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgado nesta quarta-feira pela Universidade Paulista de Medicina (Unifesp). Segundo o estudo, metade da população brasileira não consome bebida alcoólica em nenhuma circunstância. Mas, dentro da outra metade (48%) que é consumidora, a ingestão nociva da bebida sofreu um aumento de 30%.

Efeitos prejudiciais de beber:

• 32% dos adultos que bebem disseram já não ter sido capazes de parar depois de começar a beber (21.8 milhões de pessoas)

  1. • 10% declararam que alguém já se machucou em consequência do seu consumo de álcool (6.6 milhões de pessoas)
  2. • 8% admitem que o uso de álcool já teve efeito prejudicial no seu trabalho (7.4 milhões de pessoas)
  3. • 4,9% dos bebedores já perderam o emprego devido ao consumo do álcool (4,6 milhões de pessoas)
  4. • 9% admitem que o uso de álcool já teve efeito prejudicial na família ou em seu relacionamento (12,4 milhões de pessoas)
  5. * Fonte: Lenad 2012
Na primeira edição do Lenad, em 2006, 45% dos brasileiros que bebem afirmaram consumir bebidas alcoólicas pelo menos uma vez na semana. Em 2012, esse número saltou para 54%, um aumento de 20%. Proporcionalmente, o aumento no consumo foi mais expressivo entre as mulheres que bebem. Em 2006, 29% delas consumiam a bebida frequentemente. Em 2012, o número subiu para 39% — um aumento de 34,5%. “Uma hipótese para esse aumento no grupo feminino pode ser o maior número das publicidades voltadas para as mulheres”, diz Ronaldo Laranjeira, coordenador do levantamento e professor da Unifesp.
As mulheres são ainda o grupo que apresenta maiores riscos em relação ao beber de forma nociva (alto consumo de álcool em um curto período de tempo). O beber em binge, termo em inglês usado para caracterizar o consumo de grandes quantidades de álcool (4 doses para mulheres, 5 para homens) em um curto espaço de tempo (cerca de duas horas), também teve um aumento maior entre elas. Em 2006, 36% das mulheres que consumiam álcool relataram beber em binge. Em 2012, esse número subiu para 49%, um salto proporcional de 36% — dentro da população total que consome álcool o aumento foi de 31,1%. De acordo com a pesquisa, o aumento no consumo entre as pessoas que já bebiam álcool pode ser relacionada a uma melhor condição financeira. "A população, em geral, subiu uma classe social. Quem não bebe, investiu esse dinheiro em outras coisas. Quem já bebia, acabou bebendo mais", diz Laranjeira.
Abuso — Os dados do levantamento mostraram ainda que 5% dos adultos que mais bebem consomem 24% de todo o álcool ingerido por adultos no Brasil. Entre os 48% que consomem álcool, 16% ingerem quantidades nocivas de álcool e 17% apresentam critérios para classificação de abuso e/ou dependência. O abuso é caracterizado por uma ingestão alcoólica que coloca a pessoa em situações de risco, como se envolver em brigas e discussões. Já a dependência está mais relacionada ao hábito constante de consumo, afetando o cotidiano da pessoa e podendo até mesmo levar a crises de abstinência. “O álcool está relacionado com casos de violência doméstica e contra a criança. Esse é um problema de saúde pública que precisa ser controlado”, diz Laranjeira. A bebida está ainda relacionada com problemas sérios de saúde. Segundo Laranjeira, o álcool pode causar problemas cardíacos, como arritmias e hipertensão, além de estar vinculado a 30% de todos os tipos de câncer.
Para o especialista, políticas públicas como a Lei Seca resolvem apenas o problema pontual de dirigir embriagado. “No caso do álcool, é necessário que se tenha políticas que desestimulem o consumo, como o aumento no preço das bebidas e restrições nos horários de venda”, diz. A intervenção poderia ajudar ainda a reduzir casos de violência em decorrência do álcool. Dados do Lenad apontam, por exemplo, que 10,3% dos homens jovens (menos de 30 anos de idade) que são bebedores problemáticos andam armados — essa proporção é de 5% na população em geral. Os casos de envolvimento em brigas com agressões físicas também disparam com a presença do álcool: de 3% entre os homens na população em geral para 27% entre os que abusam ou são dependentes do álcool.
FONTE: 

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