Em análises a partir de grupos focais de pais e jovens vivendo em áreas urbanas, suburbanas e rurais dos EUA, os pesquisadores descobriram que ambos os grupos conseguem identificar os principais fatores de risco para o suicídio – incluindo depressão, abuso de álcool e drogas e problemas de relacionamento –, mas tendem a subestimar os riscos de ocorrência em sua comunidade.
A pesquisa mostrou que, no ano de 2006, 1.771 crianças e jovens com idades entre 10 e 19 anos acabaram com a própria vida nos Estados Unidos. Entre eles, o suicídio era quatro vezes mais comum entre os homens em comparação às mulheres adolescentes. E os jovens gays e bissexuais, segundo os autores, estariam particularmente sob maior risco, com uma pesquisa indicando tentativa de suicídio, entre esses grupos, de 28% dos garotos e 20% das garotas.
De acordo com os autores, muitos dos pais que participaram expressaram frustração em distinguir entre os verdadeiros sinais de alerta para o suicídio e a angústia normal apresentada pelos jovens.
Eles reconheceram que armas e medicamentos potencialmente letais devem ser mantidos em locais seguros ou removidos das casas de jovens que apresentam risco de suicídio; porém muitos participantes admitiram sentir dificuldade em identificar esses jovens. Por isso, pais e jovens têm a necessidade de ter mais informações sobre como identificar esses fatores de risco.
A Academia Americana de Pediatria destaca que os pediatras podem ajudar os pais de crianças mais velhas e adolescentes a identificar aqueles com depressão e outros problemas psicológicos que aumentam os riscos de suicídio. Para isso é recomendado perguntar aos pacientes sobre transtornos de humor, pensamentos suicidas e outros fatores de risco, incluindo a orientação sexual.
Entre os sinais de alerta, a AAP destaca uma mudança drástica na personalidade; problemas de relacionamento, principalmente com um parceiro; queda no rendimento escolar; abuso de álcool e drogas; mudança no apetite ou nos hábitos de sono; problemas de concentração; e o hábito de escrever sobre a morte ou de falar sobre suicídio, mesmo de brincadeira.
Em caso de suspeita de que os jovens estão com pensamentos suicidas, os especialistas recomendam: agir o mais rápido possível; falar com o jovem sobre o assunto, sem medo da palavra "suicídio", para mostrar que alguém entendeu seu "pedido" por ajuda; reafirmar ao adolescente que o ama e ter certeza de que ele sabe que não importa o quão difícil pareçam os problemas, pois eles podem lidar com isso; encorajá-lo a falar sobre os problemas e ouvir cuidadosamente; remover de casa todos os "instrumentos" potencialmente letais, incluindo armas, remédios, utensílios de cozinha e cordas; e procurar ajuda profissional. (Fonte: Pediatrics. Edição prévia de fevereiro de 2010/ABEAD).
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