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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

PLANTAS CONTRA A TUBERCULOSE



COPAÍBA

A tuberculose figura no rol das chamadas doenças negligenciadas, ainda que um terço da população mundial esteja infectada pelo bacilo de Koch (seu agente causador) e que a doença mate quase 2 milhões de pessoas anualmente.
Após mais de 50 anos sem o surgimento de novas drogas contra a tuberculose, uma substância extraída do óleo da copaíba (Copaifera sp), planta originária da Amazônia, poderá vir a ser a base de um fitomedicamento a ser usado no tratamento da doença.  O princípio ativo, identificado e isolado, mostrou ser eficaz e apresentou atividade antibacteriana em testes in vitro – feitos em macrófagos (células que fagocitam elementos estranhos ao corpo) infectados – e in vivo, em camundongos.
O estudo, conduzido pela equipe de Maria das Graças Henriques, do Laboratório de Farmacologia Aplicada do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz, encontra-se na etapa chamada de toxicologia aguda. O trabalho é feito em parceria com pesquisadores do Departamento de Farmácia da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto.
Reconhecida como planta medicinal, a copaíba começou a ser pesquisada por sua ação anti-inflamatória. “Isolamos um dos princípios presentes e vimos que ele tinha atividade contra a tuberculose. Fizemos isso por curiosidade, uma vez que estávamos pensando no processo inflamatório da tuberculose”, contou a pesquisadora. A partir daí, o grupo passou a investigar se a substância mataria a bactéria causadora da doença. “Vimos que sim”, contou Maria das Graças. Para chegar a esse resultado, os pesquisadores administraram doses por via oral da substância em camundongos e coletaram o material do pulmão dos animais para então fazer um teste bacteriológico.
A equipe pretende, até o fim de 2010, finalizar o dossiê pré-clinico e, então, pedir autorização para começar os testes em humanos, divididos em fase 1 (em torno de 20 voluntários sadios), fase 2 (pacientes geralmente adultos jovens) e fase 3 (testes em centros médicos).
O problema é a resistência existente em relação a fitoterápicos no tratamento da tuberculose. “Tem de haver um controle rígido da matéria-prima. Pode haver mudança na quantidade de matéria-prima presente em cada planta. Muitas vezes, a quantidade da substância que encontramos em uma planta de uma determinada região não é a mesma que encontramos em outra região. As condições climáticas e do ambiente influem e por isso nem se pensa em fitoterápicos para tratamento da tuberculose”, explicou a pesquisadora.
Ela lembra que medicamentos para a tuberculose têm que ser baratos, já que a doença atinge principalmente a população de baixa renda. No Brasil, o controle é feito pelo governo federal, que distribui medicamentos gratuitamente pela rede pública.
CHALMUGRA

Por estar um pouco mais adiantada em termos de viabilidade, uma outra substância vem sendo pesquisada por sua equipe, também visando ao tratamento da tuberculose: a chalmugra.
Utilizada na primeira metade do século 20 contra a hanseníase – doença provocada por bactérias da mesma família do bacilo de Koch – a chalmugra, planta da Mata Atlântica, apresentou atividade antibacteriana promissora nos testes realizados.
“Começamos a trabalhar com a chalmugra (Carpotroche brasiliensis) em um resgate histórico e confirmamos sua ação antibacteriana”, disse a bióloga Fátima Vergara, integrante da equipe responsável pelos estudos.
(Fonte: FAPESP)

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