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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

OBESIDADE e VÍCIO


As causas da obesidade são complexas e individuais, mas é bastante claro que o excesso alimentar crônico é uma peça fundamental do problema (ao lado do sedentarismo ou de problemas endócrinos). Mas quando esse tipo de comportamento se torna compulsivo e fora de controle, é normalmente chamado de “vício em comida” – um jargão que tem gerado uma série de controvérsias, de acordo com Valerie Taylor, pesquisadora da área de obesidade e psiquiatra da Universidade McMaster, nos EUA.
Taylor e seus colegas, afirmam que o vício em comida, em alguns indivíduos, pode ser uma realidade determinante e precisa ser considerado ao se tratar os problemas relacionados ao peso. “O conceito de dependência ou vício é complexo, e ao delinear esse conceito esbarramos em um debate inevitável”, diz Taylor. “Mesmo sem um consenso a respeito do tema, os pesquisadores da área concordam que o processo [da obesidade] envolve um padrão compulsivo de consumo alimentar, mesmo ao se defrontar com problemas de saúde e consequências sociais”, continua.
O vício em comida pode ser comparado a outros comportamentos de dependência e tanto alimentos como as drogas causam modificações na tolerância ou um aumento no quantidade necessária da substância para ativar a sensação de prazer e saciedade.
Os sintomas de abstinência como mudança de humor também são comuns tanto na interrupção de drogas como durante a dieta, por exemplo. Além disso, mesmo após cirurgias gástricas, como a de redução do estômago, uma parcela dos pacientes acabam demonstrando os comportamentos de dependência – não é incomum ouvir histórias de operados que acordam no meio da noite para consumir descontroladamente latas de leite condensado, por exemplo.
“O conceito da dependência de comida não nega a possibilidade da escolha pessoal e livre arbítrio. Mas esse conceito pode, entretetanto, trazer dados para explicar porque alguns indivíduos com obesidade continuam com comportamentos compulsivos”, explica Taylor.
Os pesquisadores concluem que terapias e estratégias que normalmente são usadas por especialistas em dependência química poderiam ser úteis no processo de tratamento de problemas relacionados ao peso, pois ambos podem ter os mesmos padrões de comportamento.
“A noção de ‘pensamento de gordo’ que normalmente é associado aos indivíduos com obesidade precisa ser reexaminado”, diz Taylor. “Mesmo a medicina pode não aceitar muito bem a alimentação compulsiva como um tipo de vício, mas não é possível ignorar as evidências que apontam para a vulnerabilidade biológica e os gatilhos relacionados com o ambiente onde essas pessoas estão inseridas”, finaliza. (Fonte: SIS.SAÚDE)





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