Com apoio da Fundação do Câncer, a Universidade Federal do Rio de Janeiro desenvolve seu Programa de Oncobiologia, no qual está inserida a pesquisa “Novas abordagens terapêuticas no seguimento do carcinoma diferenciado avançado de tireóide”. A pesquisa utiliza novos medicamentos e tem como objetivo aumentar o tempo de vida de pacientes com câncer diferenciado da tireóide, um tipo pouco agressivo da doença.
Este é o câncer endócrino mais comum e pode ser controlado se os pacientes forem adequadamente tratados e acompanhados. “Pretendemos utilizar novos medicamentos para o controle dessa doença, que é mais frequente em mulheres, mas também acomete os homens”, explica a pesquisadora do Programa de Oncobiologia, Denise Pires de Carvalho.
As novas abordagens a que se refere o título da pesquisa correspondem a novos medicamentos, especificamente para pacientes com carcinomas avançados. A terapia direcionada representa uma nova geração de drogas antitumorais que atuam em um alvo molecular específico de forma a interferir com a via intracelular inapropriadamente ativada na célula cancerígena. O alvo, neste caso, é uma proteína considerada crítica para o crescimento e/ou a progressão do câncer.
“Há cerca de seis anos temos testado o ácido retinóico, com bons resultados em cerca de 20% dos pacientes com carcinoma avançado. No entanto, a maior parte dos doentes não tem outra opção eficaz para o controle da doença”, conta Denise, acrescentando que os pacientes que não se beneficiaram do ácido retinóico deverão se submeter a protocolos com novas drogas.
Segundo Denise, a incidência de carcinoma tireoidiano, o tumor endócrino mais frequente, aumentou significativamente nos últimos anos, já correspondendo a cerca de 1% dos cânceres. Apesar de o carcinoma diferenciado da tireóide (CDT) estar entre os cânceres com melhor índice de cura, 5 a 30% dos pacientes apresentam recidiva e aproximadamente 30% daqueles com metástase sofrem com perda de resposta a terapia convencional.
Para os 10 pesquisadores que analisam estas novas drogas antitumorais, seu uso visa à diminuição do tumor e pode levar ao aumento da sobrevida dos doentes.
Além do apoio da Fundação do Câncer, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) também dão suporte à pesquisa. “O apoio é fundamental para que a pesquisa possa ser realizada. As drogas e demais reagentes para cultivo de células são muito caros”, comenta Denise, acrescentando que os recursos recebidos são utilizados na compra de reagentes para cultivo celular e técnicas de biologia molecular.
“Esta é uma pesquisa translacional na área de câncer, pois testamos as novas drogas nas células em cultura e os nossos estudos no laboratório se estendem até o leito do paciente, ou seja, há aplicação do conhecimento gerado no laboratório diretamente na prática clínica”, explica Denise.(Fonte: http://www.cancer.org.br/
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