Britânico Ben Michaels
Qual pai ou mãe não fica preocupado com a quantidade de horas que os filhos passam na frente da telinha jogando videogame. Muito tempo mesmo só em frente à TV tira a oportunidade da criança se socializar, além de praticar outras atividades físicas que fazem diferença para a saúde dos pequenos. Mas, e quando o videogame passa de uma simples brincadeira para um tratamento de saúde?
Foi o que aconteceu com o britânico Ben Michaels, 6 anos, que quase perdeu a visão do olho direito por causa de um problema chamado ambliopia – diminuição da visão sem lesão estrutural aparente –, diagnosticado quando ele tinha 4 anos. Sua visão foi reduzida gradualmente em um olho e, sem tratamento, a perda de visão poderia ser permanente. Quando sua mãe, Maxine, de 36 anos, o levou para consulta com o médico Ken Nischal, do Great Ormond Street Children's Hospital, foi dito que a base para o tratamento de Ben seria jogar videogames.
O garoto gasta duas horas por dia jogando Mario Kart no Nintendo DS com seu irmão gêmeo Jake e usa um tapa-olho no olho esquerdo, que não possui nenhum problema, para fazer seu olho “preguiçoso” trabalhar mais.
Ken Nischal disse ao Daily Mail que a terapia ajuda as crianças com visão fraca porque os jogos de computador incentivam o movimento repetitivo dos olhos, treinando o olho a focalizar corretamente. De acordo com o especialista, como jogando a criança fica com a atenção no que está fazendo, o tratamento dessa maneira se torna muito mais eficaz e rápido. Segundo Maxine, de "quase cego", a visão do filho melhorou em torno de 250% somente na primeira semana.
Para Paulo Grupenmacher, professor de Oftalmologia da PUC – Paraná, a criança “tem que ser estimulada por algo que atraia a sua atenção, por isso que é importante alguma brincadeira, como o videogame”. O tratamento, segundo o especialista, é utilizado no mundo todo e serve para estimular a visão. Como o olho se desenvolve até aproximadamente os 8 anos, a criança precisa receber estímulo e tratar a ambliopia antes dessa idade. “É como se fosse uma fisioterapia, só que de exercício visual", diz. Mas o acompanhamento com o médico é fundamental. O oftalmologista reforça: “o videogame não cura, mas exercita”.
(Fonte: revistacrescer.globo.com)
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