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segunda-feira, 21 de junho de 2010

MACONHA: QUÃO VERDE É?

Bom, antes de mais nada: a idéia aqui não é defender ou condenar o uso das drogas, muito menos dar sermão em quem usa, não usa, gosta ou não gosta delas, ok?
Esses dias andei lendo alguns textos sobre o impacto das plantações ilegais de maconha no meio ambiente.
Nos Estados Unidos, a existência desses impactos é ressaltada tanto por gente que é a favor da legalização quanto por aqueles contrários a ela.
O que eles alegam é que o fato das cannabis serem cultivadas na ilegalidade na maioria dos estados (em alguns, os uso medicinal é permitido) traz um enorme impacto ambiental, com gastos de energia, água… A isso, soma-se o fato de que, vendida na surdina, ela não gera dinheiro com impostos que possam ser usados no reparo ambiental.
Alguns números indicam que parece estar havendo uma disseminação das plantações de maconha em terras públicas nos EUA. A importação da droga ou seu plantio na fronteira com o México têm se mostrado menos lucrativos do que cultivar a planta em parques nacionais e florestas, por exemplo. Acredita-se que até 40% das florestas nacionais americanas já possuam, em algum nível, plantações ilegais de cannabis.
Mas o principal problema apontado é o uso de recursos hídricos, energéticos e a poluição gerada por essas plantações. As fazendas ilegais “puxam” água e energia do sistema de distribuição. Esses gatos nos encanamentos para irrigação e na rede elétrica acabam prejudicando outros moradores e também o meio ambiente.
Por não poderem ser fiscalizadas, elas também usam pesticidas e outros produtos e os descartam sem nenhum tipo de controle.
Mais do que poluição, o uso da energia é um problema: como é ilegal,a maconha é muitas vezes cultivada em locais fechados, com lâmpadas que simulem os efeitos do sol. Estima-se que as plantações “escuras” de maconha utilizem 90 milhões de kilowatt/hora por dia, o que seria equivalente a 70 vezes o total de energia solar produzida nos Estados Unidos – o suficiente para abastecer 13 mil casas.
O uso de tanta eletricidade gera 40 mil toneladas de CO2 – ou o equivalente a sete mil carros por dia.
Alguns dados também revelam que gasta-se de US$1 a US$2 para eliminar cada pé de maconha apreendido e quatro vezes esse valor para limpar a área utilizada para plantio.
Números impressionantes, sem dúvida. Especialmente se a gente pensar que a maconha geralmente está associada a uma ideia mais “natural” do que cigarros. Mas todos esses fatos podem ser interpretados de formas diferentes, dependendo do ponto que se quer defender…
Para quem é contra a legalização, a poluição causada por essas plantações ilegais é só mais um motivo para erradicá-las. Eliminando as fazendas de cannabis, elimina-se também o impacto que elas trazem e os custos ambientais associados a elas. Simples assim.
Mas quem defende a liberação do plantio das drogas enxerga nesses números apenas um reflexo da própria proibição. O efeito de causa e conseqüência se inverte: porque é ilegal, ela deve ser plantada na surdina e por isso consome uma quantidade insana de energia elétrica ao invés de aproveitar a luz do sol (o mesmo valendo para os gatos em encanamentos e água). Se fosse liberada, não causaria mais danos ao ambiente do que a média de qualquer outra plantação de porte equivalente. Além disso, os impostos coletados poderiam ser revertidos para a sociedade, da mesma forma que é feito com a venda de cigarros.
Mas, para ser liberada, a maconha passa por ooooutras questões que não somente seu impacto ambiental…. (questões sociais, políticas, e muitos etc…).
E como o título deste post vem justamente com uma interrogação, eu me dou ao direito de não concluir com uma opinião. Simplesmente porque, na maioria das vezes, debater um assunto é sempre melhor do que dá-lo por encerrado… né?  (Fonte: texto de Paula Rothman/blog Planeta Verde)

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