A vuvuzela, o símbolo da Copa da África do Sul, cujo ruído multiplicado lembra o barrir de uma manada de elefantes, incomoda muita gente e faz mal à saúde. Especialistas da Universidade de Pretória comprovaram o risco de perda da audição em exposições prolongadas.
Em estudo recente, na véspera do Mundial, eles examinaram onze voluntários antes e depois de uma partida de futebol com público de 30 000 pessoas. O grupo esteve sujeito a um pico máximo de 140 decibéis e mínimo de 100 decibéis – patamar maior que 125 decibéis é danoso aos tímpanos. A investigação detectou, em todos os testados, "significativa redução da capacidade auditiva".
Nos estádios, é péssimo. Pela televisão, pior. Na semana passada, a empresa contratada pela Fifa para gravar os jogos decidiu filtrar parcialmente o som. Mas dura é a vida de quem não pode controlar o áudio. Para Júlio César, goleiro do Brasil, ficar parado debaixo das traves é ingrato. "Os jogadores de linha ao menos se movimentam, e esquecem a zoeira ao redor", disse a VEJA.
O estrondo internacional produz entusiasmo em Neil van Shalkwyk, dono do registro da marca vuvuzela. Ele diz ter vendido 1,5 milhão de unidades na Europa neste ano. Esperto, já conversa com importadores do Brasil. Vai esbarrar em um problema: o cornetão brasileiro, muito comum, produz o mesmo som e é igualmente irritante. O modelo vendido no país é menor (seu comprimento varia entre 50 e 60 centímetros, contra 1 metro da vuvuzela africana). Melhor seria importar outro produto que se espalhou em Johannesburgo: protetores auriculares que, há quinze dias, custavam meros 10 rands (2,5 reais) e agora são vendidos a 15 rands. E, melhor ainda, banir o maldito monstro sonoro dos nossos estádios.
O som da corneta sul-africana ultrapassa o patamar de segurança para os ouvidos estimado por otorrinolaringologistas (em decebéis -dB)
Fonte: Departamento de Patologias da Comunicação (Universidade de Pretória)
Com reportagem Alexandre Salvador
(Fonte: veja.com.br)
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