A equipe do Centro de Estudos do Genoma Humano do Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo), liderada por Maria Rita-Passos Bueno e Mayana Zatz, está testando o uso de diferentes fontes de células-tronco retiradas do próprio organismo e que são capazes de acelerar a reconstrução de ossos.
As células-tronco são hoje são uma das grandes esperanças da medicina, por dar origem a praticamente todos os tecidos (conjunto de células com uma determinada função no organismo).
Hoje, essas células são estudadas para aplicação no tratamento de uma ampla gama de doenças, do mal de Parkinson à diabetes, passando por problemas renais e cardíacos. A ideia básica é usar as células-tronco para regenerar órgãos e tecidos danificados por esses males.
Segundo a Agência USP de Notícias, a técnica em estudo na USP pretende aumentar a eficiência no tratamento de doenças de difícil regeneração, como a osteosporose, que causa a perda da massa óssea e, com isso, aumenta a fragilidade dos ossos e o risco de fraturas.
De acordo com Mayana, “o intuito da pesquisa é utilizar células tronco para acelerar a reconstrução de ossos que sofreram alguma fratura ou má formação, como ocorre com bebês que nascem com alterações craniofaciais”.
No estudo foram colhidas amostras de células-tronco vindas de diversos tecidos humanos. Em um primeiro momento, foram coletadas células-tronco de tecidos do organismo, como polpa de dente de leite, tecido adiposo (descartado em cirurgias, principalmente em procedimentos de lipoaspiração) e tecido muscular do lábio (vindo de operações corretivas).
Depois, a equipe do testou o potencial de células-tronco das trompas de falópio (canais que ligam os ovários ao útero) e comprovou a alta concentração desse tipo de célula no órgão feminino. Mayana diz que “a vantagem dessa descoberta é que, como a osteoporose atinge majoritariamente as mulheres idosas, devido às perdas hormonais da menopausa, pode-se agora regenerar osso fraturado com os próprios recursos físicos do paciente”.
Após retirar as células-tronco do organismo e avaliar seu potencial para regeneração dos ossos, são realizados testes em laboratório para determinar se essas células podem ou não formar tecido ósseo.
Depois disso, foi comparada a evolução na reconstrução óssea de dois grupos diferentes de ratos, um com o implante de células-tronco e outro sem implantes, em condições normais. Os pesquisadores descobriram que os ratos que tinham a membrana com células-tronco tiveram uma regeneração muito mais acelerada do osso fraturado do que os animais que não receberam essas células.
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