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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

TABAGISMO e DOENÇAS DE PELE CRÔNICAS

PELE DE TABAGISTA = MARACUJÁ-DE-GAVETA?
Todo o ano é a mesma coisa. O sol e o calor intenso do verão estimulam a maioria das pessoas a reforçar os cuidados com a pele, usando protetores solares e hidratantes. A vaidade com a aparência já atingiu até os homens que, geralmente, não são adeptos de cremes e loções. Tudo em prol de uma pele bonita e saudável. Porém, todos esses tratamentos e produtos são ineficazes quando estamos falando de um fumante.
Segundo o dermatologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), José Antonio Sanches Júnior, a primeira vítima do tabagismo é a aparência do fumante, uma vez que ele causa o envelhecimento da pele semelhante ao causado pela exposição excessiva ao sol.— O tabagismo causa danos à microcirculação, diminuindo o aporte de oxigênio e nutrientes e estimulando a produção de radicais livres com alterações no DNA das células epidérmicas e dérmicas — explica.
— A face acaba sofrendo um aumento do número e da profundidade de rugas, além de alterações na formação e na qualidade do colágeno e tecido elástico, que fica com um aspecto de ‘cera’, com coloração amarelo-acinzentada, grosseiramente espessada e com elasticidade reduzida — completa o especialista.
Segundo Sanches, o número de mulheres e homens que procuram o dermatologista, preocupados com o aparecimento de rugas, marcas de expressão e manchas no rosto tem aumentado gradativamente. Porém, existem outras consequências do tabagismo que são muito mais graves.
— As substâncias tóxicas do cigarro prejudicam o sistema imune, fundamental para a vigilância contra agressões ambientais. Parte do sistema imune localiza-se na pele, portanto, é muito provável que a pele fique vulnerável a muitas doenças — avalia o dermatologista.
Estudos recentes têm demonstrado que o ato de fumar pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças de pele crônicas, como a psoríase.
— É importante ainda ressaltar que o ato contínuo de encostar o cigarro nos lábios tem sido responsabilizado como uma das causas de câncer de lábio, pelo atrito físico, pelo contato com as substâncias químicas e pelo calor gerado pelos cigarros — alerta.
Apesar da dependência, é imprescindível que o fumante abandone o vício para que o tratamento dermatológico seja bem sucedido — aconselha.
Dependendo do caso, os efeitos benéficos estéticos do fim do tabagismo podem ser visíveis de médio a longo prazo.
— É fato que existe uma relação muito evidente entre a quantidade de cigarros fumados e o tempo de tabagismo com os efeitos lesivos na pele. Após a suspensão do hábito, a recuperação da saúde da pele pode levar anos, entretanto, com cuidados dermatológicos adequados e intensivos, além de uma correta fotoproteção, é provável que este tempo possa ser encurtado para meses — conclui Sanches.
O especialista reconhece que não é fácil parar de fumar. Porém, com força de vontade, orientação médica e tratamento medicamentoso, é possível superar as dependências físicas e psicológicas do cigarro.
Sanches lista os principais efeitos do fumo sobre a aparência: - a face, o pescoço e as mãos são as áreas mais agredidas pela fumaça do cigarro, que libera radicais livres, causando morte celular e aparecimento precoce de rugas; - cigarro e exposição solar são responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele. Ambos destroem as fibras de colágeno e elastina, apressando esse processo; - o cigarro atua diretamente na corrente sanguínea causando danos à beleza da pele, dos cabelos e de todo o organismo. Sem a circulação correta de nutrientes, as células não conseguem reter água e vitaminas, a pele se torna flácida, opaca e sem brilho. Os cabelos perdem o viço, ficam ressecados e caem mais; - tratamentos estéticos podem ser ineficazes para fumantes porque as substâncias tóxicas lançadas diariamente na corrente sanguínea estimulam a formação de radicais livres; - por sua influência na circulação sanguínea, o fumo também está associado ao aparecimento de celulite.
O excesso de toxinas propicia a formação de depósitos de gorduras e, consequentemente, o efeito “casca de laranja”; - o alcatrão presente no cigarro é o causador da coloração amarelada dos dentes, unhas e pele do rosto; - a fumaça do cigarro possui substâncias tóxicas que aumentam a predisposição ao câncer de pele e boca; - novas evidências também apontam o cigarro como fator agravador da acne.

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