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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

BRINQUEDO TERAPÊUTICO

As crianças podem entender seu corpo por meio dos brinquedos,
 uma ferramenta eficiente de comunicação
No segundo semestre de 2011, um site irá disponibilizar gratuitamente na internet informações validadas e refinadas sobre as formas mais adequadas de utilização dos brinquedos em hospitais, a fim de divulgar o brincar como estratégia de cuidado na área da pediatria.
A eficácia do uso de brinquedos para diminuir o sofrimento e evitar traumas em crianças hospitalizadas tem se tornado cada vez mais conhecida entre os profissionais da área de saúde. Como conta Amparito Vintimilla Castro, autora da tese que validou o conteúdo, “enfermeiros, outros profissionais da saúde e até mesmo os pais vão poder consultá-lo, para encontrar instruções, curiosidades e conceitos sobre essa ferramenta de comunicação com as crianças”.
Para julgar esse conteúdo a respeito do uso do brinquedo, Amparito utilizou o método conhecido como Delphi. Ela explica que para aplicar a técnica, o primeiro passo foi selecionar peritos ou juízes no assunto, ou seja, especialistas que possuíssem algumas características que os capacitasse para tal. Como pretendia ser bastante criteriosa em seu estudo, considerando a relevância do tema, Amparito aplicou o método duas vezes, obtendo uma alta concordância entre os juízes, fazendo com que as informações fossem validadas e refinadas.
Segundo as conclusões de Amparito, um enfermeiro pediátrico deve estar capacitado a detectar as necessidades da criança e perceber que o brinquedo é o meio de comunicação mais “eficaz”, que serve para diversos fins. De acordo com o estudo, essa ferramenta possibilita que o enfermeiro cuide melhor da criança hospitalizada, especialmente no que diz respeito às situações novas e limitadoras. Como diz a pesquisadora, essas situações são “potencialmente ansiogênicas”, ou seja, geram muita ansiedade.
Brinquedo terapêutico
Para aliviar a tensão da criança, o brinquedo pode ser usado com objetivos recreacionais, ou mesmo com objetivos específicos, como os do “brinquedo terapêutico”. “Usar o brinquedo nunca é perda de tempo, muito pelo contrário, o profissional ganha tempo e cria um vínculo com a criança. Significa conquistar e ganhar a confiança dos pequeninos”, ressalta a autora do trabalho, realizado na Escola de Enfermagem da USP.
Explicações sobre os brinquedos chamados “terapêuticos” aparecem como conteúdo validado no estudo. De acordo com Amparito, esse tipo de brincadeira é capaz, dentre outros objetivos, de atuar como uma válvula de escape e facilitar as funções biológicas. Além disso, pode servir para instruír e ensinar a criança sobre o que está acontecendo em seu corpo, ou seja, é capaz de ter finalidades instrucionais e educativas. “No caso de profissionais que tem como paciente uma criança com problemas respiratórios, brincadeiras com bolinhas de sabão, por exemplo, seriam muito adequadas”, explica a pesquisadora.
Simbólico e simples
Dessa forma, a utilização de brinquedos pode auxiliar enfermeiros a instruir a criança a respeito dos sintomas da doença da qual sofre, sobre as cirurgias pelas quais passou ou vai passar, e até mesmo a respeito de outros processos relacionados à terapêutica.
Se uma criança sofre de diabetes, precisamos dizer o que isso significa para ela e a necessidade da aplicação da insulina. Isso a fará entender o que está acontecendo e que ela passe a colaborar com seu próprio cuidado”, destaca Amparito.
“Os brinquedos representam essa forma simples e simbólica de explicação, por meio da qual uma célula do corpo humano consegue ser entendida e representada por uma casinha de brinquedo, e a insulina, transformada em carrinho que leva os alimentos em forma de açúcar através da abertura da porta dessa casinha, transformando-se em nutrientes que o organismo precisa”, completa.
Na opinião da pesquisadora, a humanização das práticas nos hospitais é mais que essencial para alcançar excelentes resultados. “O brincar significa humanização da assistência, que pode ser associado e equilibrado com os avanços técnicos, ambos importantes no cuidar. Além disso, os profissionais da saúde podem aprender junto aos pacientes as melhores maneiras de se comunicarem e de criarem um vínculo de amizade. É estando mais próximos das crianças que passamos a perceber e entender melhor suas necessidades, assim como o medo e as dificuldades que enfrentam durante a hospitalização. É a partir daí que podemos apresentar possibilidades de alívio de tensão, de diversão, de compreensão e alegria em meio a dor”, conclui a enfermeira.
A tese de Amparito Validação de conteúdo de sítio virtual sobre uso do brinquedo na enfermagem pediátrica, foi orientada pela professora Magda Andrade Rezende.
Mais informações: (11) 9738-7699, (11) 3069-8941, email amparito@ig.com.br
(Fonte: http://www.usp.br/agen/?p=48216)

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