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terça-feira, 24 de julho de 2012

TABAGISMO e DOENÇAS BUCAIS




O recente estudo de Fatores de risco e proteção para doenças crônicas do Ministério da Saúde, divulgado em abril deste ano, apurou que Porto Alegre tem o maior percentual de fumantes entre todas as capitais brasileiras.
Além dos problemas respiratórios, mais conhecidos pela população em geral, os fumantes podem apresentar alterações na boca pela ação direta do cigarro. Uma pesquisa realizada pelo departamento de odontologia da Universidade de Brasília mostrou que 47% dos dependentes de tabaco que procuraram um tratamento odontológico no local sofriam de alguma enfermidade bucal. Entre os problemas diagnosticados, a maior parte das pessoas apresentava doença periodontal (da gengiva) e lesões que poderiam evoluir para possíveis tumores na região bucal.
O estudo mostrou ainda a estreita relação entre o nível de dependência química e a presença das doenças bucais. Entre os fumantes moderados, 59% apresentavam problemas na região. E, 90% dos pacientes tratados com câncer de boca eram fumantes.
A Doença Periodontal (que atinge a gengiva e os ligamentos, ocasionando perda dos ossos que suportam os dentes), por exemplo, é mais comum na população acima dos 40 anos e, por ser uma doença crônica, o tempo de exposição às substâncias presentes no cigarro é determinante para o agravamento do problema, que pode causar sangramento gengival, mobilidade dentária e, até mesmo, perda dos dentes. Nesse caso, o fator tabagismo é a porta de entrada por provocar a diminuição na resposta imunológica e inflamatória do fumante.
Outro efeito causado pelo tabaco é a redução na produção de saliva que, além de potencializar a ação de bactérias nocivas à boca, poderá causar alteração no sabor dos alimentos devido ao atrofiamento das papilas gustativas existentes na língua. Além disso, as consequências do cigarro vão muito além das questões de saúde e afetam a estética de quem fuma. Mau hálito e manchas nos dentes são bons exemplos disso.
A ocasião do Dia Mundial de Combate ao Fumo serve para alertar as pessoas a buscarem ajuda para deixarem de fumar ou assim que perceberem qualquer alteração na boca. Largar o vício, mesmo depois de bastante tempo fumando, diminui os riscos e estimula a regressão das lesões provocadas ao longo do tempo.
A motivação e a conscientização dos indivíduos podem ser a grande saída para eliminação, redução ou minimização sumária do problema, uma vez que o tabagismo está associado com a incidência e prevalência de uma variedade de doenças sistêmicas, como, câncer, baixo peso ao nascer, doenças pulmonares, gastrointestinais e cardiovasculares. 

FONTE: Texto de Sílvia Maria Zanella – Odontóloga e Mestre em Periodontia 
http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=14826

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