Sites de busca no internet deixam o acesso a informação cada vez mais rápido e prático, facilitando o conhecimento. Essa acessibilidade tem criado, no entanto, um hábito perigoso, segundo especialistas da área da saúde. Muitos usuários de internet têm se diagnosticado, o que pode trazer sérios problemas. ''Há um excesso de informação que, unida à falta de critério na hora de buscar dados, causa o que chamamos de cybercondria ou hipocondria cibernética'', explica o vice-presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia, Jan Walter Stegmann.
Para o médico, a pessoa que busca por respostas on-line, antes mesmo de um parecer profissional, acaba tornando o problema - que pode ser simples - em algo grave.
Pesquisa divulgada recentemente aponta que o hábito de se consultar com o ''doutor Google'' tem se tornado comum. ''Tenho um sintoma, por exemplo, dor de barriga, que pode ser uma gastrite, mas o site apresenta tumor hepático. E uma pessoa leiga faria uma nova busca para obter mais dados sobre o tumor hepático; esse acúmulo de informações é extremamente prejudicial'', afirma.
Segundo Stegmann, muitos pacientes chegam aos consultórios com o diagnóstico feito por eles, geralmente baseando-se em apenas um único sintoma. ''Como o paciente já vem autodiagnosticado e, com os exames pedidos pelo médico indicando outro resultado, há um descrédito na profissão médica'', avalia.
O profissional diz já ter encarado muitos pacientes assim e garante que em quase 100% dos casos o resultado é completamente o oposto do sugerido pelo paciente. Stegmann é infectologista.
Apesar do cenário não favorável ao doutor Google, Stegmann diz que a utilização de sites de busca não é de toda ruim. Basta utilizar o procedimento correto. O ideal, para o médico, seria buscar o auxílio profissional antes de qualquer pesquisa.
O médico defende que o portador de uma doença tem o direito de ter respostas sobre seu problema, até para encarar melhor aquilo que está enfrentando. Segundo ele, há sites sérios na web que tratam de temas de saúde. ''Todo site de entidades sérias, que tratam da doença, contém materiais sérios e devem ser explorados pelo paciente'', opina Stegmann.
Um conselho deixado pelo infectologista. Se está com algum sintoma, procure um médico que possa diagnosticar qual o problema. Se quiser saber mais sobre a doença, peça ao profissional que indique os sites que possuam conteúdos próprios.
''Por mais informação que exista na rede, nada substitui a relação médico-paciente'', conclui.
(Fonte: Vinícius Fonseca - http://www.bonde.com.br/folha/folha.php?id_folha=2-1-2-4703-20110121)
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