BRENDA JENSEN |
Uma mulher norte-americana voltou a falar pela primeira vez em 11 anos após um transplante pioneiro de laringe. Brenda Jensen, 52, disse que a operação realizada na Califórnia foi um milagre que restaurou sua vida. A informação foi publicada nesta quinta-feira no site da "BBC News".
Treze dias após a cirurgia, ela disse suas primeiras palavras: "Bom dia, eu quero ir para casa."
É a primeira vez que uma laringe e uma traqueia são transplantadas ao mesmo tempo e apenas a segunda vez que uma laringe é transplantada.
Jensen estava impossibilitada de falar por conta própria desde que sua laringe foi danificada durante uma cirurgia em 1999. O tubo usado para manter as vias respiratórias abertas feriu sua garganta, impedindo sua respiração.
Desde então, ela estava incapacitada de sentir o gosto ou o cheiro de comida, respirava apenas por um buraco na traqueia e falava somente com a ajuda de uma laringe eletrônica.
CIRURGIA PIONEIRA
Em outubro, cirurgiões da Centro Médico Davis da Universidade da Califórnia removeram a laringe, tireoide e 6 cm da traqueia do organismo de um doador.
Em uma operação de 18 horas, os órgãos foram transplantados na garganta de Jensen. Treze dias depois, ela disse suas primeiras palavras, mesmo rouca. Agora consegue falar facilmente por longos períodos de tempo.
"A operação restaurou a minha vida, me sinto abençoada por ter tido essa oportunidade. É um milagre", disse. Ela também está aprendendo a engolir novamente.
"Todo dia é um novo começo para mim. Estou me dedicando para usar minhas cordas vocais e treinar os músculos para engolir. Provavelmente eu nunca mais poderei cantar em um coral, mas é emocionante falar normalmente. Mal posso esperar para comer, beber e nadar de novo."
O professor Martin Birchall, da University College London, que fez parte da equipe de cirurgia, disse: "A laringe é um dos órgãos neuromusculares mais sofisticados no corpo. Aprendemos que podemos reparar nervos que permitem que muitos órgãos complexos funcionem novamente."
Um transplante de laringe pode mudar uma vida, mas não salva vidas. O procedimento é raro. O único caso documentado aconteceu na Clínica Cleveland, em 1998.
Nenhum comentário:
Postar um comentário