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sábado, 15 de janeiro de 2011

SISTEMA DE AFILIAÇÃO INFANTIL

Aprender um hobby ou outra tarefa complexa na infância com a ajuda de um adulto de confiança pode ajudar a proteger as crianças contra o surgimento de transtornos de personalidade mais tarde na vida. Esta é a conclusão de um estudo publicado na edição deste mês da revista Development and Psychopathology.
Passar tempo com uma criança, lendo para ela, ajudando nos trabalhos escolares ou ensinando-lhes a organizar coisas contribui para promover uma melhor saúde psicológica na idade adulta.
Conexão com as pessoas
"A forte conexão interpessoal e as habilidades sociais que as crianças aprendem ao ter relacionamentos ativos com os adultos melhora o desenvolvimento psicológico positivo", disse o principal autor do estudo, Mark F. Lenzenweger, da Universidade de Binghamton, nos Estados Unidos.
"Com isso, a criança desenvolve seu próprio sistema de afiliação - sua conexão com o mundo das pessoas. Sem esse sistema, a forma como a criança se conecta com os outros seres humanos pode ser severamente prejudicada. E, como eu descobri, é esse comprometimento que prediz o aparecimento de sintomas dos transtornos de personalidade esquizóide no início da idade adulta e mais tarde," explica Lenzenweger.
Lenzenweger diz que a verdadeira importância de suas descobertas é que elas ressaltam a importância de se envolver ativamente com as crianças durante seus anos de formação - o que é particularmente relevante nesta época de creches, TV, videogames e jogos de realidade virtual na internet.
Genético versus social
As relações interpessoais alimentam uma vontade de se envolver com os outros, que é a base psicológica da experiência humana. Nos indivíduos com transtorno de personalidade essa vontade de manter contato com outras pessoas é marcadamente ausente.
O pesquisador ressalta que o grande foco dos estudos anteriores sobre o tema tem sido a influência genética - seriam as nossas tendências herdadas que ditariam nossas respostas psicológicas e comportamentais para o tipo de situações e o estresse que a vida sempre joga sobre nós. Mas o novo estudo mostra que a experiência social nos primeiros anos de vida é um forte preditor de um melhor ajustamento na vida adulta.
Agora o pesquisador pretende estudar simultaneamente os dois aspectos - psicológico e genético - para identificar o peso de cada um dos fatores na saúde mental dos adultos.

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