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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

EX-FUMANTE TEM MAIOR NÍVEL DE FELICIDADE

NÃO-FUMANTE ILHADO

O processo para largar o vício em nicotina é visto, pela maioria dos fumantes, como um período de inferno pessoal a ser enfrentado. Alguns fumantes preveem até mesmo que estarão perdendo um método eficaz de controle da ansiedade e do sentimento depressivo. Mas de acordo com um estudo feito pela Universidade de Brown, nos EUA, essa sensação é psicológica e passageira, e o que se observa é exatamente o inverso: ex-fumantes têm maior nível de felicidade. O estudo foi publicado no periódico Nicotine & Tobacco Research.
“Os fumantes assumem que o cigarro tem propriedades antidepressivas e que caso eles larguem o vício, se sentirão mal. Mas o que observamos foi que esses fumantes, após largarem o cigarro – mesmo que por pouco tempo – tinham menos indícios de sentimentos depressivos”, diz Christopher Kahler, principal autor do estudo.
A pesquisa foi feita com mais de 230 fumantes – homens e mulheres – que participaram de um programa para largar o hábito tabagista. Além do cigarro, esses participantes também indicavam um consumo alto de bebidas alcoólicas. Todos os indivíduos participaram de aconselhamento psicológico e usaram adesivos de nicotina para ajudar na interrupção do vício. Uma parte do grupo também participou de acompanhamento psicológico para diminuir o consumo de álcool.
Essas pessoas foram avaliadas para sintomas de depressão antes, durante e após o programa para interrupção do vício. Aproximadamente 30% dos participantes não conseguiram interromper o vício em nenhum momento e apenas 15% conseguiram largar totalmente o vício em nicotina. Outros grupos conseguiram ficar algum tempo longe do cigarro, com variações nesses períodos entre uma semana e 28 dias (tempo total de duração do estudo).
O que os pesquisadores observaram foi que aqueles que haviam interrompido o hábito tabagista, mesmo por pouco tempo, foram mais bem avaliados nos testes padrão para depressão (se mostravam mais felizes). Mas quando voltavam a fumar – falhavam na tentativa de cessar o hábito – os humores pioravam drasticamente, em alguns casos chegando a níveis menores do que o observado no início do estudo. Kahler afirma que a melhora no humor e os períodos de abstinência tinham relação direta.
Para os autores, a ligação entre o hábito de fumar e a felicidade é totalmente equivocada e a sensação de alívio de ansiedade é um mito. Da mesma forma, esses indivíduos não mostraram variações significantes na ingestão de bebidas alcoólicas, bebendo o mesmo ou menos (no caso daqueles que foram acompanhados por psicólogos para diminuir esse hábito).
“Ao parar de fumar, observou-se a diminuição dos sintomas de depressão, e quando os indivíduos voltaram a fumar esses sintomas reapareceram. Essas respostas foram similares ao tratamento com antidepressivos”, conclui Kahler, indicando que, além de melhorar a saúde física e diminuir riscos do desenvolvimento de doenças crônicas, a interrupção do tabagismo faz muito bem para a saúde mental e o bem-estar.

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