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sábado, 19 de março de 2011

CURSO AMPLIA VISÃO DE PREVENÇÃO DE AIDS

O Núcleo de Estudos de Prevenção em Aids (Nepaids) da USP realiza curso para profissionais de saúde que amplia as perspectivas do trabalho de prevenção da doença para além das campanhas educativas. O curso de especialização Prevenção de HIV/Aids no quadro da vulnerabilidade e dos direitos humanos tem como objetivo mostrar que considerar aspectos sociais, culturais e econômicos, entre outros, pode tornar mais eficaz o combate a epidemia. A atividade é coordenada pelos professores José Ricardo Aires, da Faculdade de Medicina (FMUSP), e Vera Paiva, do Instituto de Psicologia (IP) da USP.
Curso identifica condições que tornam as pessoas mais vulneráveis à AidsO curso, que iniciou sua primeira turma no segundo semestre de 2010, faz parte de um projeto de extensão desenvolvido pelo Nepaids, a partir de uma parceria entre o Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o Instituto de Psicologia (IP) e a Faculdade de Saúde Pública (FSP), também da USP. A segunda turma do curso deve ter início no segundo semestre de 2011.
Segundo o professor José Ricardo Ayres, há muitos outros fatores, que vão além da informação e da vontade pessoal, que interferem na vulnerabilidade ou não de um determinado grupo de pessoas a uma doença como a Aids. Aspectos culturais, sociais e econômicos, entre outros, não podem ser desconsiderados pelas ações de prevenção.
Para reduzir a vulnerabilidade de uma pessoa é preciso levar em conta e procurar trabalhar aspectos como faixa etária, condição sócio-econômica, questões de gênero, raciais, religiosas, e até mesmo aspectos estruturais, como o acesso a serviços e programas de saúde de qualidade. “Ter ou não condições de acesso a preservativos, por exemplo, faz toda a diferença”, destaca Ayres.
Direitos
Para a identificação das condições que tornam as pessoas mais vulneráveis à Aids, Ayres afirma que um dos principais recursos é o quadro dos direitos humanos, daí sua ênfase no conteúdo do curso: “onde os direitos dos cidadão estão sendo desrespeitados podemos estar certos que haverá vulnerabilidade”, afirma Ayres. “Da mesma forma, não conseguiremos produzir prevenção efetiva sem promover e proteger esses direitos”, completa.
Porém, apesar de essa ser uma visão já consolidada no Brasil – ao menos por parte dos setores administrativos dos sistemas públicos de saúde – a grande massa de profissionais que atuam diretamente em ações de prevenção do HIV ainda está presa ao ultrapassado conceito que define a informação como sendo suficiente para prevenção.
O curso tem, portanto, o objetivo de capacitar os profissionais de saúde que estão na “na ponta do sistema”, prestando serviços à população, dando maior base teórica para melhor atuação prática, assim como buscando alimentar a teoria com a experiência prática. Ayres afirma que essa troca faz com que “as práticas sejam mais bem aproveitadas, e que a teoria se renove e se consolide”.
O curso tem duração de um ano e meio, com aulas concentradas nos finais de semana, a cada 15 dias. Nessa primeira turma, os participantes foram encaminhados, principalmente, pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e pelo Ministério da Saúde, e as 70 vagas, subsidiadas pelas duas instituições, foram definidas por meio de um processo seletivo realizado em conjunto pela coordenação do curso e as instituições interessadas.
 De acordo com Ayres, a próxima edição do curso terá vagas abertas para qualquer interessado, e deverá ser oferecida ao término desta primeira experiência, que permitirá aperfeiçoar sua proposta. Mais informações sobre o curso podem ser encontradas na página do Nepaids.
Mais informações: jrcayres@usp.br , com o professor José Ricardo Ayres

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