Pesquisa apresentada na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP relacionou o consumo de carboidratos por trabalhadores noturnos com seu grau de sonolência, sugerindo que pessoas com sobrepeso e obesidade estão mais propensas a sentirem mais sono quanto maior for a ingestão desse nutriente.
A autora do estudo, a nutricionista Patricia Xavier Soares de Andrade Nehme, realizou a intervenção alimentar com os funcionários da segurança de uma empresa da Baixada Santista, controlando alguns fatores da alimentação dos funcionários
A pesquisa, intitulada Repercussões de uma intervenção nutricional na sonolência de trabalhadores noturnos, foi orientada por Claudia Roberta de Castro Moreno e se dividiu em duas etapas: na primeira, Patrícia levantou dados gerais da população. Ao fim desse procedimento, foram sorteados os 24 participantes das semanas seguintes de estudo, que sofreriam a intervenção alimentar. Num segundo momento, a pesquisadora avaliou o grau de sonolência dos escolhidos, ainda sem a intervenção. Depois de um determinado intervalo, a quantidade de carboidratos da alimentação aumentou por cinco dias. Após um intervalo de dois dias aumentou-se também a quantidade de proteínas na alimentação noturna dos trabalhadores, também por cinco dias. Dessa série de observações, a pesquisadora concluiu que o aumento da sonolência é mediado pelo Índice de Massa Corporal (IMC), ou seja, quanto maior o IMC, maior a influência da alimentação em sua sonolência. Observou-se também que os carboidratos favorecem a sonolência nos obesos.
Segundo a pesquisadora, a intervenção alimentar não alterou a ingestão de lipídios pelos funcionários por questões éticas: “embora pudéssemos usar lipídios de boa qualidade, que não prejudicassem a saúde das pessoas, optamos por não fazê-lo”, conta. Mas outros fatores foram controlados, como o consumo de café. Segundo Patrícia, este é um consumo alto, feito para diminuir o sono. Como era justamente isso que a pesquisa queria observar, os funcionários não puderam tomar café no período em que estavam sob análise. No entanto, a alimentação fora do trabalho era livre, ou seja, os trabalhadores puderam consumir o que normalmente consumiam. A pesquisadora conta que a intervenção utilizou como base a refeição noturna habitualmente servida pela empresa, o que facilitou a adesão dos funcionários e a interpretação dos dados.
Saúde pública
Patrícia diz que a literatura é clara quanto ao fato de os trabalhadores noturnos terem maior chance de desenvolver obesidade, mas a influência do IMC na sonolência foi inesperada e não constava nos objetivos iniciais, o que aponta a importância de sua prevenção antes que traga consequências mais graves às pessoas. Para a pesquisadora, quando se pensa que cerca de 15% a 20% da força de trabalho do País é constituída de trabalhadores noturnos, fica ainda mais clara a importância de se cuidar destes fatores e de se promover a saúde no ambiente de trabalho. Ela ainda acrescenta que a obesidade no trabalho não é uma questão pensada normalmente, sendo seu estudo uma chance para as empresas se atentarem na alimentação de seus trabalhadores, tanto por causa de seu bem-estar quanto pelo rendimento no trabalho. “Os trabalhadores noturnos costumam comer a mesma coisa que os diurnos, e ficou claro que a alimentação influi no rendimento deles. Assim, os cardápios diferenciados são uma coisa que as empresas podem começar a pensar a partir de agora”, diz ela.
Patrícia diz que a literatura é clara quanto ao fato de os trabalhadores noturnos terem maior chance de desenvolver obesidade, mas a influência do IMC na sonolência foi inesperada e não constava nos objetivos iniciais, o que aponta a importância de sua prevenção antes que traga consequências mais graves às pessoas. Para a pesquisadora, quando se pensa que cerca de 15% a 20% da força de trabalho do País é constituída de trabalhadores noturnos, fica ainda mais clara a importância de se cuidar destes fatores e de se promover a saúde no ambiente de trabalho. Ela ainda acrescenta que a obesidade no trabalho não é uma questão pensada normalmente, sendo seu estudo uma chance para as empresas se atentarem na alimentação de seus trabalhadores, tanto por causa de seu bem-estar quanto pelo rendimento no trabalho. “Os trabalhadores noturnos costumam comer a mesma coisa que os diurnos, e ficou claro que a alimentação influi no rendimento deles. Assim, os cardápios diferenciados são uma coisa que as empresas podem começar a pensar a partir de agora”, diz ela.
Mais informações: (13) 9711 0525; patricianehme@usp.br
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