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quinta-feira, 19 de abril de 2012

CIGARROS: PIRATARIA DA PIRATARIA

Uma grande fábrica clandestina de cigarro, com capacidade para produzir 1,2 milhão de maços por dia, foi fechada pela Polícia Federal (PF) em Sapopema (Norte Pioneiro). A linha de produção funcionava 24 horas por dia em uma propriedade rural do município de 6 mil habitantes. De acordo com o delegado da PF, Elvis Secco, os cigarros produzidos eram distribuídos em todo o País e seriam cópias de marcas paraguaias. Os falsificadores, portanto, pirateavam um produto que já é pirata. 
De acordo com Secco, a denúncia de que havia uma fábrica de cigarros no local foi feita no final do ano passado. Em janeiro, a PF iniciou as investigações. ''A investigação teve início com uma troca de informação da PF da fronteira com PF de Londrina. Estaria havendo uma movimentação anormal de caminhões na Região Norte, por estradas rurais'', explicou. 
Conforme ele, após uma série de diligências, a PF descobriu uma estrada rural nas proximidades de Sapopema que estava sendo percorridas por número grande de carretas fechadas. ''No último final de semana identificamos a propriedade e na terça-feira fizemos a operação'', afirmou. 
Quando a PF fechou a fábrica havia dez pessoas no local. Seis suspeitos conseguiram fugir e quatro paraguaios foram presos. ''Em seus depoimentos disseram que foram aliciados, que quando estavam no Paraguai tinham prometido a eles um emprego numa fábrica legalizada, mas quando estavam próximos a Sapopema foram encapuzados e levados para a propriedade rural. Eles eram trabalhadores escravos.'' Após serem interrogados na noite de terça-feira os paraguaios foram deportados. 
Na propriedade rural funcionava um imenso esquema de produção de cigarros, com depósito e máquinas importadas. ''Eu não sei o valor exato, mas as máquinas valem milhões. A fábrica funcionava 24 horas por dia, havia cartaz com escala de trabalho em espanhol das 7 às 19 horas e das 19 às 7 horas. Cada escala teria de 10 a 12 trabalhadores.'' O local também possuía gerador próprio de energia. 
Para Secco, a fábrica estava ativa há pelo menos um ano. ''Funcionando no Brasil eles conseguiam ir muito mais facilmente para São Paulo, Rio de Janeiro, não precisavam atravessar fronteira. A matéria-prima era trazida do Paraguai, havia selos da vigilância paraguaia'', apontou. 
O objetivo da PF agora é identificar os proprietários da fábrica clandestina. Os responsáveis pelo esquema responderão por formação de quadrilha, sonegação de impostos, falsificação de papéis públicos e crime ambiental. 
No ano passado, a PF apreendeu 4.134.708 pacotes de cigarros no Paraná, cerca de 55% a mais do que em 2010, quando foram apreendidos 2.655.050 pacotes. Cada pacote possui 10 maços.
FONTE: Davi Baldussi -  http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--2727-20120419

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