Mais de um quarto dos brasileiros com mais de 16 anos (26%) fica exposto à fumaça de cigarro em ambientes fechados por em média quatro horas por dia, concluiu uma pesquisa inédita encomendada pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, obtida pelo Estado.
De acordo com levantamento, realizado pelo instituto de pesquisas Datafolha, mais da metade do grupo vítima do fumo passivo fica até 2 horas por dia respirando a fumaça de cigarro alheia e 13%, 19 horas ou mais - isto apesar de a maioria dos ouvidos concordar que a fumaça faz mal tanto para o fumante quanto para quem não fuma .
A maioria dos municípios ainda não baniu os fumódromos e há também pessoas que fumam dentro de casa, expondo os demais moradores aos riscos do cigarro", afirmou a presidente da sociedade, Jussara Fiterman. "Muitas vezes é difícil intervir. São os familiares, o marido, a mulher, submetidos ao tabagismo por causa dos hábitos de um outro morador da casa. O fumante é uma vítima e o que não quer fumar e é obrigado, mais ainda."
A pesquisa ouviu 2.242 brasileiros com 16 anos ou mais, pertencentes a todas as classes econômicas, em pontos de fluxo de 143 municípios. A margem de erro máxima é de 2 pontos porcentuais, para mais ou para menos, dentro do intervalo de confiança de 95%. O levantamento também mostra que 20% disseram fumar; a média é de 13 cigarros diários.
O fumo passivo também pode matar e causar doenças como câncer de pulmão e enfisema grave. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), além dos 1,3 bilhão de fumantes do mundo, outros 2 bilhões de pessoas respiram passivamente fumaça de cigarro todos os dias.
O problema foi escolhido como tema do Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado amanhã, quando o Instituto Nacional do Câncer (Inca) lança a campanha Mulher, Você Merece Algo Melhor do Que Cigarro, acompanhando temática da OMS para o dia mundial de combate.
"Isso mostra a importância de aprovarmos uma lei federal de proibição dos fumódromos", disse ontem Ricardo Meirelles, pneumologista da divisão de tabagismo do Inca, órgão do Ministério da Saúde responsável pelas políticas antitabagistas.
Atualmente, 7 Estados e 15 municípios baniram os fumódromos, área para fumantes em locais fechados - caso de Rio e São Paulo. Diferentes estudos comprovam que não há formas de conter a fumaça em ambientes fechados.
Meirelles destaca que a campanha visa especialmente às mulheres grávidas, que não devem expor os bebês à fumaça de cigarro, fumando ou a respirando passivamente, pois ela aumenta em 70% a chance de aborto espontâneo, causa de mortalidade infantil. O fumo passivo também está relacionado ao câncer de mama, como já demonstraram estudos, alerta o especialista.
A pesquisa da sociedade também investigou o conhecimento dos brasileiros sobre doenças pulmonares e revelou que 90% não lembraram do câncer de pulmão - doença diretamente ligada ao tabagismo. Após receber uma lista das doenças, a maioria reconheceu os tumores do órgão como doença pulmonar e acertou que a fumaça de cigarro gera o câncer.
Resultados: 97% dizem que a fumaça é ruim para fumantes e não fumantes; 49% não sabem que devem procurar um pneumologista se houver suspeita de câncer de pulmão.
(Fonte: Fabiane Leite - O Estado de S.Paulo/Rede ACT)
muito bom
ResponderExcluirGostei
ResponderExcluirnao gostei muito e nao entendiii
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