A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou nesta quinta-feira que deve se reunir na próxima segunda (27) para decidir se restringe a comercialização do Avandia, remédio usado no tratamento da diabetes.
Em comunicados simultâneos à imprensa, a European Medicines Agency e a FDA (agência reguladora nos EUA) anunciaram suas decisões sobre a droga. A agência europeia disse que não vai mais autorizar a venda de Avandia e que o remédio será retirado do mercado nos próximos meses.
No início do mês, a agência reguladora britânica afirmou que um painel independente de especialistas havia concluído que o Avandia aumenta os riscos de infarto e recomendou que a droga fosse retirada do mercado. A farmacêutica GlaxoSmithKline, baseada na Grã-Bretanha, é a fabricante do remédio.
Hoje, a agência reguladora de remédios na Europa decidiu banir o medicamento com base em evidências de que ele aumenta riscos de infarto. Nos EUA, o medicamento ainda poderá ser receitado, mas com restrições.
Segundo o médico Leão Zagury, diretor da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), caso o Avandia saia de circulação no Brasil, os pacientes não serão prejudicados. "Se retirarem a droga do mercado, vamos utilizar outras no tratamento dos diabéticos. Hoje existem muitos remédios para controlar o nível de açúcar no sangue", afirmou.
Zagury disse que não vê muitos problemas no Avandia, mas respeita a decisão das agências da Europa e dos EUA. De acordo com o especialista, o remédio da GlaxoSmithKline não está entre os mais vendidos no país para tratar a diabetes.
FDA
A FDA anunciou que os pacientes que forem usar o remédio a partir de agora só conseguirão uma receita de Avandia se eles não conseguirem controlar os níveis de açúcar no sangue com outros remédios. Os médicos terão que registrar que seus pacientes podem receber o remédio e que estão a par dos riscos. A FDA espera que as restrições limitem significativamente o uso de Avandia.
A decisão da FDA marca a segunda vez em três anos que a agência decide manter o Avandia no mercado, apesar da pressão crescente para o banimento do remédio por parte de especialistas, políticos e até de cientistas que trabalham na própria agência.
A droga foi aprovada pela FDA em 1999 e se tornou o comprimido mais vendido contra diabetes no mundo. Mas o uso despencou desde que uma análise em 2007 ligou o remédio ao risco de infarto.
Críticos da FDA consideram a decisão sobre o Avandia um teste para as lideranças indicadas pelo presidente Obama para a agência, que prometia endurecer as regulamentações depois de uma série de problemas com a segurança de remédios no governo anterior.
"A FDA está tomando essa decisão hoje para proteger os pacientes, depois de um esforço cuidadoso para pesar benefícios e riscos", disse Margaret Hamburg, da FDA.
Em julho, um painel de 33 especialistas votou em 20 a 12 pela manutenção do Avandia no mercado americano. Dos 20 que votaram para manter o remédio, 10 disseram que ele deveria estar disponível com restrições. Com ASSOCIATED PRESS(Fonte: Mariana Pastore-Folha.com-EquilibroeSaúde)
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