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terça-feira, 21 de setembro de 2010

TATUAGEM: FATOR LIMITADOR DE DOAÇÕES

Sinônimo de rebeldia até uns anos atrás, as tatuagens se tornaram tão comuns nas novas gerações que são praticamente um acessório no corpo dos jovens. Democrática, caiu no gosto de integrantes de grupos variados, de bad boys a recatadas adolescentes. O que muitos não sabem, porém, é que o risco embutido nesta moda a torna um fator limitante para práticas solidárias, como a doação de órgãos e de sangue.
Portaria do Ministério da Saúde determina que sejam descartados os possíveis doadores que tenham tatuado o corpo nos últimos 12 meses. A gravação na pele, assim como a colocação de piercing, maquiagem definitiva e acupuntura, é vista como fator de risco no Guia para Inquérito Relativo à História Clínico-Epidemiológica em Doadores de Órgãos e Tecidos Humanos, que integra a portaria.
A explicação, segundo o documento, relaciona-se à ''tentativa de equacionar os riscos de estarmos diante da condição de portador de doença subclínica ou em janela imunológica''.
Segundo a coordenadora da Unidade de Transplante Regional da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Ogle Beatriz Bacchi, o princípio que norteia a doação é o rigor em termos de segurança clínica e ética. ''Quem recebe o órgão não pode levar de brinde uma doença como Aids ou hepatite. Os critérios de seleção têm que ser muito bem feitos. Alguns comportamentos de risco predispõem o indivíduo à contaminação.''
Como a avaliação prévia tem que eliminar todos os riscos previstos na janela imunológica (termo usado para designar o período que o organismo leva, a partir de uma infecção, para produzir anticorpos que possam ser detectados por exames de sangue), optou-se, no caso da tatuagem, a descartar os candidatos a doação que tenham se tatuado no período de até um ano.
No caso de doadores mortos, vale a palavra da família. Se esta não souber informar há quanto tempo foi feita a tatuagem, a doação é descartada. ''Pode ser um tiro no pé'', avalia Ogle.
Ela lembra que os pacientes que submetem-se a transplantes são tratados na sequência com medicamentos imunossupressores, que eliminam ou reduzem as reações imunológicas específicas do organismo contra um antígeno, ou, em outras palavras, evitam a rejeição ao novo órgão.
''Portanto a imunosupressão anula todas as outras atividades de proteção do organismo. Se o órgão transplantado abriga um vírus latente, com a ação do medicamento este vírus vai encontrar um ambiente propício para desenvolver a doença. Daí a necessidade de critérios rígidos para a captação de órgãos'', reafirma a coordenadora.
A assistente social do Hemocentro Regional do Hospital Universitário (HU) de Londrina, Eliana Palu Rodrigues, explica que, nos casos em que o candidato a doação de sangue usa piercing ou fez acupuntura recentemente, é feita uma avaliação por parte do médico. Se ficar constatado que foram utilizados materiais descartáveis e obedecidas as normas sanitárias, a doação pode ser liberada. Nos casos de tatuagem, porém, independente da forma como foi feita, o critério é esperar os 12 meses previstos na portaria do Ministério da Saúde. (Fonte: Silvana Leão-Folha de Londrina)

Um comentário:

  1. minha mãe poderá precisar de um pedaço do meu fígado, esta com câncer, eu fiz uma tatuagem a dois meses, porem, sou tatuadora a 15 anos e onde fiz é onde trabalho, recebo constantemente visitas da vigilância sanitária, só recebemos elogios, estamos sempre atentos a qualquer procedimento que nos leve a ter mais conhecimentos em biosegurança, estamos sempre atualizados, então risco de alguma doença sanguínea seria praticamente zero, ate mesmo pq tenho vacinas como hepatite b e dupla adulto, mesmo assim, fazendo um exame antes, eu n poderia doar para ela nem sangue, nem fígado?

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